São Paulo, sábado, 03 de julho de 2010

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FOCO

Mulher tenta reembolso de batida provocada pela CET

RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Faz seis meses que a consultora de vinhos Kayo Nishimoto, 39, tenta recuperar os R$ 1.886 que gastou para consertar o carro, atingido por uma moto enquanto estava estacionado na rua.
Kayo já enviou e-mail, apresentou boletim de ocorrência, mostrou as fotos do carro batido...mas, até agora, nada. O dono da moto? A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), responsável por organizar o trânsito em SP.
O acidente ocorreu em 9 de dezembro, no Brás, região central da capital paulista. Ao tentar desviar de um Fiat Uno que abrira a porta, a motocicleta da CET bateu na traseira do Fox da consultora.
A batida destruiu parte do para-choque traseiro e amassou o porta-malas do carro. Olinto Pereira, marronzinho que pilotava a moto, quebrou o pulso. Ele está em licença médica desde então.
Kayo procurou a CET em janeiro. Segundo ela, o órgão argumentou que não poderia arcar com o custo. A consultora disse ter sido orientada a esperar o marronzinho voltar de licença e, então, cobrar dele o ressarcimento.
"Como demorou muito, tive de pagar o conserto", diz. Ela cogita ir à Justiça.
À Folha a CET não se comprometeu a ressarcir Kayo. Disse apenas que tentaria "viabilizar o ressarcimento".
A empresa quer promover um encontro entre ela e José Marivaldo Pinto. Trata-se do passageiro do Fiat Uno. Ele abriu a porta do carro no meio da rua e fez o marronzinho perder o controle da moto e bater no Fox de Kayo.
O agente da CET ultrapassou o carro dele pela direita, o que é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro.
Para a CET, foi Marivaldo o responsável pelo acidente. Ele nega. "Não tive culpa. Só abri a porta um pouquinho. E o marronzinho não tinha que estar ali, ultrapassando o carro pela direita", afirmou.
Um advogado consultado pela Folha disse que casos assim têm de ser levados à Justiça para haver solução.
A reportagem pediu à CET o número de casos de carros da companhia que bateram em outros veículos, mas não obteve resposta.
Em fevereiro, a Justiça negou a um motorista uma indenização de R$ 22.180. Seu carro fora atingido por automóvel da CET na av. Celso Garcia (zona leste), em 2008.
O motorista disse que os danos no carro foram de R$ 1.430. Inclui no pedido ainda os "danos morais" que afirma ter sofrido na ocasião. A CET lhe ofereceu R$ 464, que ele não aceitou.
O argumento da Justiça para negar o pedido foi que não havia como comprovar a responsabilidade das partes.


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