|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Congonhas descumpre exigências ambientais
Junho era o prazo para medidas de redução de contaminação e ruído
Infraero diz que as regras impostas pela Prefeitura de São Paulo serão cumpridas, mas não precisa quando
EDUARDO GERAQUE
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
Do ponto de vista ambiental, o aeroporto de Congonhas, por onde passam
36.658 pessoas todos os dias,
continua irregular.
Várias exigências feitas
pela prefeitura principalmente para coibir barulho e
atenuar contaminação do ar
estão sendo desrespeitadas
pela Infraero, empresa que
administra os aeroportos.
Em junho, o prazo para o
cumprimento de mais um
conjunto de normas acabou.
As exigências, impostas
em dezembro pela administração Kassab, são para que
Congonhas possa, enfim, obter sua licença ambiental de
operação, que nunca teve.
São cem as medidas redigidas pela pasta do Verde e
Meio Ambiente. Os prazos
para que sejam cumpridas
varia de 30 a 365 dias. Já se
passaram mais de 180 dias.
O plano para monitorar os
ruídos dos aviões, uma das
exigências, ainda não existe.
A análise de risco detalhada
de todas as áreas passíveis de
acidentes, como a de abastecimento, por exemplo, idem.
Os projetos para a construção de pequenos piscinões
nas cabeceiras das pistas, o
que evitaria acúmulo de
água, também não foram
apresentados pela Infraero.
"É inaceitável. A Infraero
está tentando ganhar tempo
com ações na Justiça. As exigências não são apenas de
plantar umas poucas árvores. Estamos falando de itens
de segurança", diz o vereador Floriano Pesaro (PSDB).
Ele preside a Comissão de
Meio Ambiente da Câmara.
Os vereadores discutiram o
problema em audiência pública no dia 17.
Fábio Rodrigues, procurador-chefe da Regional Sul da
Infraero, alfinetou a secretaria do Verde na reunião, dizendo que a questão estava
sendo politizada.
Após a réplica do secretário Eduardo Jorge, Rodrigues, que não falou com a
imprensa, recuou.
OUTRO LADO
A Infraero diz que está
preocupada com as normas
ambientais do aeroporto de
Congonhas e que todas as
exigências serão cumpridas.
Mas não sabe quando será
possível resolver todas as
pendências ambientais.
Na audiência com os vereadores, a empresa voltou a
empurrar o problema da redução do horário de funcionamento do aeroporto, um
das exigências mais polêmicas, para a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil).
O órgão não apareceu na
reunião. A tese dos dois grupos é que a prefeitura não
tem competência para legislar sobre o tema.
Hoje, Congonhas funciona
das 6h às 23h. Pelas novas
normas da prefeitura, os
pousos e decolagens deveriam ficar entre 7h e 22h.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Maestro busca novos talentos nos CEUs Índice
|