São Paulo, domingo, 03 de julho de 2011

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Projeto trará impactos ao ambiente e à rede pública

Estudo prevê interferências no solo, na vegetação e nos corpos d'água

Demanda por água e esgoto tratado crescerá; preocupação ambiental chegou além do que a lei exige, afirma diretor

DE SÃO PAULO

A Reserva Serra do Itapety, embora classificada pelos empreendedores como "o projeto com maior sustentabilidade que existe", vai provocar impactos ambientais e viários e exercer pressão sobre a rede de serviços públicos de Mogi das Cruzes.
No ambiente, deverá haver erosão e assoreamento de rios e córregos, redução da permeabilidade do solo, afugentamento de fauna e supressão de 317 hectares de vegetação (ou 400 campos de futebol) -a maior parte (188 hectares) referente a área de reflorestamento, da Suzano Papel e Celulose.
Outros impactos são aumento do tráfego de veículos, geração de esgotos acima da capacidade do município, elevação da demanda por água e maior pressão por serviços públicos como saúde, educação e transporte.
Para a comunidade de Mogi, os responsáveis pelo projeto têm afirmado que o empreendimento apenas "organiza" a expansão que a cidade teria de qualquer forma.
Em audiência pública em Mogi, em 2009, a sobrecarga do sistema público de serviços foi o tema mais levantado -daí o empenho em não associar o projeto a uma população que viria de fora.
Embora o projeto tenha passado pelos conselhos gestores das unidades de conservação e pelo Consema, especialistas advertem que os impactos do empreendimento precisam ser monitorados.

TENDÊNCIA
Segundo a promotora Cristina Godoy de Araújo Freitas, do Centro de Apoio Operacional de Urbanismo e Meio Ambiente, o licenciamento ambiental desse tipo de obra tem sido uma das preocupações do Ministério Público.
"É preciso acompanhar de perto o que está no estudo de impacto ambiental e verificar se o empreendimento é realmente sustentável e se foram previstas todas as variáveis."
Segundo ela, tem sido uma tendência, na proliferação de loteamentos fechados, a colocação da marca de "ambientalmente sustentável".
Para o ambientalista Miron Rodrigues da Cunha, do Consema e vice-presidente do comitê de bacia da região, o estudo é bem "consistente". "Mas é preciso cuidado, porque na hora de prometer é uma coisa, mas, na hora de cumprir, é outra", afirma.
Para ele, apesar de um empreendimento desse tipo sempre causar impactos, é melhor do que a expansão desordenada. "É preferível uma ocupação sustentada a uma ocupação irregular."
Para Harry Kaufmann, diretor da Alden, que irá gerenciar o loteamento, os impactos serão positivos. "Usamos os melhores profissionais do mercado e fizemos além do que a legislação exige."(JBS)


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