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EDUCAÇÃO
Participação dos Estados na prova é voluntária; teste vai servir para captar as falhas de cada instituição
2º grau terá provão para avaliar escolas
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
Dez Estados vão participar em
novembro, voluntariamente, de
um exame que tem por objetivo
avaliar as escolas e aperfeiçoar
seus projetos pedagógicos.
Se inscreveram para o exame São
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio
de Janeiro, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte,
Goiás e Rondônia.
Devem participar ao todo cerca
de 500 mil alunos da 3º série do 2º
grau, a princípio apenas de escolas
estaduais (80% das matrículas no
2º grau são em escolas públicas e
20%, nas particulares). Para os
alunos, a prova será obrigatória.
A idéia é que, com base nos resultados, cada escola reflita sobre
seu funcionamento. Se for detectado, por exemplo, que em determinada escola os alunos apresentam
problemas em logaritmos, seria
pensada uma forma de melhorar o
ensino desse item.
Os Estados negociarão qual deverá ser o objeto da prova, ou seja,
o que eles consideram como prioridade avaliar.
As questões sairão de um banco
com 9.000 itens elaborados a partir
de uma pré-testagem feita com 80
mil alunos e encerrada no mês passado. Os itens usados no teste, por
sua vez, foram feitos com base em
uma matriz originada do Saeb
(Sistema de Avaliação do Ensino
Básico) de 95.
"A prova servirá para que as secretarias estaduais avaliem as escolas", disse Maria Helena Guimarães Castro, presidente do Inep
(Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais).
Essa prova não tem nenhuma relação com o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que só deverá ser realizado no ano que vem
e tem por objetivo fazer uma avaliação do desempenho individual
de cada estudante.
O Enem é opcional: o aluno que
estiver terminando a 3ª série do 2º
grau se inscreve se quiser.
Se ele fizer a prova, aplicada pelo
MEC, receberá um certificado de
proficiência e uma credencial individual com as notas.
Essa credencial poderá ser usada, se for vontade do aluno, para o
ingresso no mercado de trabalho.
Num segundo momento, a credencial poderá servir também para
o ingresso na universidade.
O grande problema atual é a heterogeneidade dos currículos escolares. Com a credencial do
Enem, o dez de um aluno que estudou em um estabelecimento cujo
ensino é considerado fraco teria o
mesmo peso do dez do aluno que
estudou em um estabelecimento
cujo ensino é considerado forte.
Tanto o exame das escolas quanto o Enem fazem parte do sistema
de avaliação do ensino médio elaborado pelo MEC. Ontem, em um
seminário internacional realizado
em Brasília sobre o tema, o ministro da Educação, Paulo Renato
Souza, disse que entregará na próxima segunda-feira ao CNE (Conselho Nacional de Educação) a
proposta de reforma.
O ministério propõe, basicamente, a criação de núcleos de disciplinas comuns no ensino médio,
abrindo espaço para disciplinas
optativas, que poderiam ser escolhidas por cada escola.
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