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MEIO AMBIENTE
Segundo a polícia, o lixo foi jogado irregularmente por garis uniformizados da companhia municipal do Rio
PF flagra despejo de lixo na floresta da Tijuca
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A Polícia Federal flagrou o despejo de lixo na floresta da Tijuca
por garis uniformizados da Comlurb (Companhia Municipal de
Limpeza Urbana) e abriu inquérito
para apurar quem são os responsáveis pelo ato.
A Comlurb é o órgão da Prefeitura do Rio encarregado de manter
limpas as áreas públicas da cidade.
O flagrante dado pela PF inclui
até mesmo fotografias, anexadas
ao inquérito número 458/99, presidido pelo delegado Ricardo Bechara, chefe do Núcleo de Prevenção e
Repressão a Crimes Ambientais da
Superintendência da Polícia Federal no Rio.
As fotografias, feitas a uma distância de cerca de 20 m, mostram
dois garis da Comlurb, com os tradicionais uniformes de cor laranja
da companhia, empurrando um
carrinho de mão cheio de lixo. Na
sequência, as fotos mostram os garis entrando no mato e saindo com
o carrinho vazio.
Segundo o delegado, as fotos foram feitas no dia 31 de março pelo
agente do núcleo, habitual frequentador do parque, que investiga o despejo de lixo na floresta. O
nome do agente não foi revelado
pela PF.
"Já foram mapeados 180 pontos
de lixo no Parque Nacional da Tijuca", disse Bechara.
A Comlurb informou ao delegado que só joga na floresta o lixo orgânico (galhos e folhas), para que a
vegetação se regenere (leia texto
nesta página).
A orientação para o despejo do
lixo orgânico no mato é do Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), responsável pela conservação do Parque Nacional da
Tijuca -reserva da biosfera e uma
das principais atrações turísticas
do Rio-, conforme convênio entre o instituto e a prefeitura.
A explicação da companhia não
convenceu Bechara, que pretende
interrogar o chefe do parque, Pedro da Cunha e Menezes.
"A Comlurb explica, mas não
justifica. Eles (os garis) jogam o lixo orgânico e também o inorgânico (latas, plásticos e garrafas, por
exemplo). E jogam sobre lixeiras
existentes no meio do mato. Pelo
que sei, lixo orgânico em cima de
lixeira não regenera nada", disse
Bechara.
O diretor do parque disse que vai
elogiar a Comlurb no depoimento
que prestará à PF. Ele afirmou que,
com "a participação efetiva" dos
garis da Comlurb, foram retiradas
da floresta, nos últimos três meses,
87,5 toneladas de lixo.
Os garis mostrados pelas fotografias fazendo o despejo ainda
não foram identificados. O agente
federal que fez as fotos preferiu
não prendê-los no momento do
despejo. Para o diretor do parque,
a se confirmar o despejo irregular
de lixo na floresta, os responsáveis
devem ser punidos.
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