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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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"Não me chamem de "das Dores'", diz publicitária

DA REVISTA

"Desde pequena, uma sina me persegue. Pais, avós, tios, irmãos, todos afirmam veemente que sou hipocondríaca. Eu nego. Poliqueixoso é um termo que já ouvi falar, mas também não me vejo como tal.
Meus pais contam que na maternidade eu não chorava nem dormia. Do primeiro mal, fui curada, hoje choro por qualquer coisa, mas dormir, ainda não consigo. Como consequência da falta de sono e de um sério e recorrente problema no intestino, uma sucessão de doenças e dores foi desencadeada.
Dores nas costas e de cabeça, problemas digestivos e circulatórios. Sem contar as doenças da vida moderna: tendinite, estresse, síndrome do refluxo gástrico. Como principal vilão, o fator emocional, agindo como o grande elemento de união entre os problemas de nascença e os males da atualidade.
Acrescente a tudo isso o histórico familiar de ter tido um avô farmacêutico e a curiosidade nata de uma menina que adora pesquisar as coisas e acabou criando o hábito de ler rótulos e bulas. A leitura desses materiais era o melhor divertimento em meus castigos, trancada no banheiro.
É bem verdade que me orgulho em dizer que amo fazer visitas à minha gastro, que me acompanha há anos. Minhas consultas duram em média duas horas.
Além da caixa de remédios da família, tenho os oito comprimidos que tomo todo dia na primeira gaveta, alguns ao lado do filtro da cozinha, o pronto-socorro em um saquinho na bolsa e os que posso precisar durante a noite. Tenho 25 anos e agora tudo começa a piorar."
Renata*, 25, publicitária


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