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FIM DA LINHA
Trajeto mais barato em Cidade Tiradentes será extinto no dia 12, menos de quatro meses após sua inauguração
Serra vai acabar com ônibus de R$ 1,20
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo José Serra (PSDB) vai
acabar com a linha de ônibus de
R$ 1,20 adotada em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo.
O serviço será desativado no próximo dia 12, menos de quatro meses depois de sua inauguração.
A linha intersetorial 3010, cujo
trajeto era exclusivo dentro do
bairro, começou a funcionar em
1º de maio, com a presença do
prefeito, e prometia ser uma vitrine da gestão tucana, que, em março, havia elevado a tarifa geral do
transporte de R$ 1,70 para R$ 2.
O fracasso dela é atribuído pela
administração Serra à baixa demanda desde sua implantação.
Em julho, a média ficou próxima
de 200 passageiros por dia, na soma dos quatro microônibus do
trajeto. Segundo Arthur Xavier,
subprefeito de Cidade Tiradentes,
a intenção era que essa quantidade fosse superior a mil. Cada ônibus paulistano costuma transportar 400 usuários diariamente.
"Era um pleito da comunidade,
que adotamos em caráter experimental. Fizemos nossa parte. Mas
não dá para continuar. Há poucos
passageiros", afirma Xavier.
Ele diz, entretanto, que serão
mantidas as duas linhas de ônibus
semi-expressas inauguradas para
ligar Cidade Tiradentes ao centro
de São Paulo, com menos pontos
de parada, ao custo de R$ 2.
Afirma que elas "estão sendo
um sucesso" e que a prefeitura estuda adotar um terceiro trajeto,
passando pela av. Celso Garcia.
Xavier já começou a informar as
entidades da região sobre a extinção da linha de R$ 1,20 a partir do
dia 12. Mas a população local ainda resiste à decisão, sob a justificativa de que não houve regularidade e divulgação adequadas.
"A demanda tende a subir, teremos mais 15 mil moradores de
uma nova Cohab", afirma Galdino Oliveira Teixeira, presidente
da Associação em Defesa dos Direitos de Pessoas Deficientes e de
Mobilidade Reduzida, para quem
a linha deveria ser prolongada.
O ônibus de R$ 1,20 enfrentou
problemas desde as primeiras semanas, quando perueiros alegavam que tinham prejuízo. A gestão Serra fez mudanças no itinerário, repassado às viações. Mas a
média diária de passageiros, desde então, só subiu de 140 para 200.
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