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Após dia de confusão, metrô segue em greve
Na Luz, houve confronto entre policiais e usuários que tentavam entrar na estação
1,2 milhão de usuários, 40% do total, não conseguiram usar o sistema; empresa pôs funcionários de cargos de chefia para operar trens
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os metroviários de São Paulo
decidiram manter por tempo
indeterminado a greve iniciada
ontem. No primeiro dia de paralisação, 1,2 milhão de usuários (40% do total) não conseguiram utilizar o sistema, o que
sobrecarregou tanto as vias públicas da cidade quanto demais
meios de transporte público.
Na estação de trem da Luz
(centro), houve empurra-empurra entre policiais e usuários
devido à grande aglomeração
no local. Várias pessoas desmaiaram (leia na C3).
O Metrô afirma que manterá
hoje esquema emergencial: em
funcionamento, apenas a linha
1 (azul) e o trecho entre as estações Ana Rosa a Clínicas da linha 2 (verde), das 6h às 22h.
Essas linhas funcionarão, segundo o Metrô, novamente
com empregados que ocupam
cargos de chefia e instrutores
-fato inédito em greves.
Já a CET definirá apenas no
início da manhã de hoje se
manterá o rodízio de veículos.
Ontem, todos os carros puderam circular, e o trânsito ficou
complicado. A CET registrou
20% de congestionamento às
20h30 -a média é de 13%.
Na zona leste, a situação se
agravou devido a uma paralisação de motoristas e cobradores
da viação Himalaia. Eles recolheram os 560 ônibus que atendem a 28 linhas nos bairros de
Itaquera, São Mateus e Aricanduva. Os funcionários reivindicam pagamento de horas extras. A prefeitura deslocou 211
ônibus para a região.
De acordo com o Metrô,
3.500 dos 7.600 funcionários
da empresa trabalharam ontem, sendo 700 na operação
dos trens. O sindicato dos metroviários contesta o dado e
afirma que apenas 500 pessoas
da operação atuaram.
A categoria reivindica o pagamento de R$ 1.800 relativos à
participação nos lucros. O Metrô oferece um salário de participação, com adiantamento de
R$ 800 em 1º de setembro -o
que foi recusado.
Ontem, houve reunião de
conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, que acabou
sem acordo. Após o encontro, o
sindicato decidiu, em assembléia, manter a paralisação.
A entidade, filiada à CUT
(Central Única dos Trabalhadores), diz que manterá a greve
enquanto o Metrô, sob a gestão
José Serra (PSDB), não atender
aos seus pedidos. A empresa
afirma que chegou ao seu limite, pois já gasta 67% dos recursos com folha de pagamento.
Hoje haverá nova assembléia.
O sindicato dos metroviários
criticou o esquema de emergência adotado pelo Metrô.
"Eles utilizaram pessoas que
não estavam acostumadas a
manusear os trens, colocando
em risco a segurança dos usuários", disse o diretor do sindicato Manuel Xavier Lemos Filho.
O diretor do Metrô Sergio
Avelleda nega. "Os trens foram
operados por supervisores,
pessoas em cargos de chefia e
por instrutores, pessoas que já
operaram trens e ainda receberam treinamento três dias antes da greve."
(FÁBIO TAKAHASHI, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, JOHANNA NUBLAT E RAFAEL TARGINO)
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