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Cidades de SP lideram em estudo sobre desenvolvimento
Índice que acompanha evolução socioeconômica mostra que,
das cem cidades mais desenvolvidas do país, 87 estão no Estado
Dados da Firjan (Federação
das Indústrias do Estado do
Rio de Janeiro) são de 2005; só
4% das cidades possuem alto
desenvolvimento, diz estudo
ANTÔNIO GOIS
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Um novo índice que tenta
avaliar a evolução dos municípios ano a ano mostra que, dos
cem municípios com maior desenvolvimento, 87 estão no Estado de São Paulo. De acordo
com o novo indicador, apenas
4% das cidades brasileiras têm
desenvolvimento que pode ser
considerado alto.
O primeiro colocado na lista
é Indaiatuba, na região metropolitana de Campinas, com
0,9368 ponto. O indicador varia
de 0 a 1 e, quanto mais próximo
de 1, maior o patamar de desenvolvimento, medido a partir de
variáveis de emprego e renda,
educação e saúde.
Os dados são referentes ao
ano de 2005, e o índice foi elaborado pela Firjan (Federação
das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro) a partir de dados
oficiais dos ministérios do Trabalho, da Educação e da Saúde.
Um dos diferenciais das cidades de São Paulo foi o resultado
em educação. Analisando apenas os dados de renda e emprego, o Estado tem 42 cidades entre as cem melhores. Em saúde,
é o Rio Grande do Sul o que
mais tem municípios bem colocados (43), seguido por São
Paulo (23). Em educação, no
entanto, todas as 189 primeiras
do ranking são paulistas.
A explicação para o bom desempenho paulista na educação é que, entre os dados utilizados pela Firjan no cálculo, estão o Ideb (indicador do MEC
que avalia a qualidade da educação) e a taxa de distorção idade-série, que mede quantos
alunos estão atrasados em relação à série que deveriam estar
freqüentando pela idade.
Como municípios pequenos
de São Paulo vão bem no Ideb e
muitos deles trabalham em sistema de ciclos, seus indicadores de repetência são melhores
do que a média nacional.
Além da explicação do bom
resultado em educação, a lista
dos municípios de São Paulo
entre os cem mais bem colocados inclui cidades que se tornaram pólos industriais, receberam empresas de tecnologia ou
investiram no agronegócio.
Na avaliação do presidente
do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), órgão do
governo federal, Márcio Pochmann, o Estado passou por um
processo de descentralização
da atividade produtiva.
"Nas décadas de 1970 e 1980,
essa descentralização avançou
para a região metropolitana de
São Paulo, mas a partir da década de 1990, esse raio se tornou
muito maior", disse.
A Firjan destaca o avanço de
Gavião Peixoto, um município
com menos de 5.000 habitantes que passou da 458ª colocação no ano 2000, para o décimo
lugar em 2005, depois de se tornar um grande pólo da indústria aeroespacial.
Entre os cem piores resultados do índice, Maranhão, Piauí
e Bahia respondem por 86 municípios. A análise por regiões
mostra que, dos 500 primeiros
colocados no ranking, 480 estão nas regiões Sul e Sudeste, e
três quintos deste total estão
em São Paulo.
Entre os 500 últimos do ranking, 421 estão no Nordeste. A
pior cidade de São Paulo é Taquarivaí, que fica na 3.417ª posição entre 5.559 municípios.
Interior
Os dados do novo índice
mostram que 82 dos 100 mais
bem colocados contam com
menos de 300 mil habitantes, e
metade do total têm menos de
100 mil habitantes. "O custo de
oportunidade no interior caiu
muito e estimulou essa nova
configuração", afirma Patrick
Carvalho, chefe de Divisão de
Estudos Econômicos da Firjan.
Outro sinal da maior velocidade de expansão do interior é
que 13 Estados cresceram mais
do que suas capitais -o que indica que o desenvolvimento foi
mais acelerado nos municípios
do interior.
O principal exemplo é Minas
Gerais, que registrou um crescimento de 21,3% de 2000 a
2005. No mesmo período, a capital, Belo Horizonte, teve alta
de 10,6%.
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