São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cidades de SP lideram em estudo sobre desenvolvimento

Índice que acompanha evolução socioeconômica mostra que, das cem cidades mais desenvolvidas do país, 87 estão no Estado

Dados da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) são de 2005; só 4% das cidades possuem alto desenvolvimento, diz estudo


ANTÔNIO GOIS
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Um novo índice que tenta avaliar a evolução dos municípios ano a ano mostra que, dos cem municípios com maior desenvolvimento, 87 estão no Estado de São Paulo. De acordo com o novo indicador, apenas 4% das cidades brasileiras têm desenvolvimento que pode ser considerado alto.
O primeiro colocado na lista é Indaiatuba, na região metropolitana de Campinas, com 0,9368 ponto. O indicador varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior o patamar de desenvolvimento, medido a partir de variáveis de emprego e renda, educação e saúde.
Os dados são referentes ao ano de 2005, e o índice foi elaborado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) a partir de dados oficiais dos ministérios do Trabalho, da Educação e da Saúde.
Um dos diferenciais das cidades de São Paulo foi o resultado em educação. Analisando apenas os dados de renda e emprego, o Estado tem 42 cidades entre as cem melhores. Em saúde, é o Rio Grande do Sul o que mais tem municípios bem colocados (43), seguido por São Paulo (23). Em educação, no entanto, todas as 189 primeiras do ranking são paulistas.
A explicação para o bom desempenho paulista na educação é que, entre os dados utilizados pela Firjan no cálculo, estão o Ideb (indicador do MEC que avalia a qualidade da educação) e a taxa de distorção idade-série, que mede quantos alunos estão atrasados em relação à série que deveriam estar freqüentando pela idade.
Como municípios pequenos de São Paulo vão bem no Ideb e muitos deles trabalham em sistema de ciclos, seus indicadores de repetência são melhores do que a média nacional.
Além da explicação do bom resultado em educação, a lista dos municípios de São Paulo entre os cem mais bem colocados inclui cidades que se tornaram pólos industriais, receberam empresas de tecnologia ou investiram no agronegócio.
Na avaliação do presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do governo federal, Márcio Pochmann, o Estado passou por um processo de descentralização da atividade produtiva.
"Nas décadas de 1970 e 1980, essa descentralização avançou para a região metropolitana de São Paulo, mas a partir da década de 1990, esse raio se tornou muito maior", disse.
A Firjan destaca o avanço de Gavião Peixoto, um município com menos de 5.000 habitantes que passou da 458ª colocação no ano 2000, para o décimo lugar em 2005, depois de se tornar um grande pólo da indústria aeroespacial.
Entre os cem piores resultados do índice, Maranhão, Piauí e Bahia respondem por 86 municípios. A análise por regiões mostra que, dos 500 primeiros colocados no ranking, 480 estão nas regiões Sul e Sudeste, e três quintos deste total estão em São Paulo.
Entre os 500 últimos do ranking, 421 estão no Nordeste. A pior cidade de São Paulo é Taquarivaí, que fica na 3.417ª posição entre 5.559 municípios.

Interior
Os dados do novo índice mostram que 82 dos 100 mais bem colocados contam com menos de 300 mil habitantes, e metade do total têm menos de 100 mil habitantes. "O custo de oportunidade no interior caiu muito e estimulou essa nova configuração", afirma Patrick Carvalho, chefe de Divisão de Estudos Econômicos da Firjan.
Outro sinal da maior velocidade de expansão do interior é que 13 Estados cresceram mais do que suas capitais -o que indica que o desenvolvimento foi mais acelerado nos municípios do interior.
O principal exemplo é Minas Gerais, que registrou um crescimento de 21,3% de 2000 a 2005. No mesmo período, a capital, Belo Horizonte, teve alta de 10,6%.


Texto Anterior: Plantão Médico: Conferência analisa avanços contra Aids
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.