São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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Com um ano e oito meses, morre menina anencéfala

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

A menina Marcela de Jesus Ferreira, de um ano e oito meses, morreu na noite de anteontem na Santa Casa de Franca (398 km de São Paulo), de parada cardiorrespiratória provocada por uma pneumonia.
Marcela, que era anencéfala, superou todas as expectativas de previsão sobre sua vida feita por médicos -em geral, os bebês anencéfalos morrem logo após o parto-e se tornou símbolo de grupos religiosos.
Segundo a mãe, Cacilda Galente Ferreira, 37, a menina vomitou na manhã de sexta-feira e foi levada ao pronto-socorro de Patrocínio Paulista (411 km da capital), onde ela vivia com a família. No mesmo dia, foi transferida para a Santa Casa de Franca e morreu à noite.
"Ela cumpriu seu dever na Terra. A mensagem da Marcela é que as pessoas precisam ter mais fé porque ela superou todas as expectativas feita pelos médicos", afirmou a mãe.
Questionada se estava triste, Cacilda respondeu que se sentia "com o dever cumprido". "Cuidei dela até o último momento. Enquanto ela esteve viva, minha vida foi estar 24 horas ao lado dela", relatou.
O pai de Marcela, o agricultor Dionísio Justino Ferreira, 48, conta que jamais vai esquecer as mãos da filha. "As mãos eram lindas. Nunca vi coisa igual."
A vida de Marcela virou controvérsia no meio médico porque alguns especialistas diziam que a anencefalia dela não era do tipo clássico -o que justificaria sua sobrevida-, mas duas ressonâncias magnéticas -uma aos dois meses de idade e outra com um ano-, comprovaram que ela era anencéfala.
Marcela completaria dois anos em 20 de novembro. O enterro ocorreu ontem.


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