São Paulo, segunda-feira, 03 de agosto de 2009

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FABIO ADRIANO DE FRANCO (1940-2009)

Um dentista e seu consultório de esculturas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Os dentes são seu cartão-postal", dizia Fabio Adriano de Franco para a filha Daniela. "As pessoas vão olhar para eles e perguntar quem é seu dentista." Se perguntassem, saberiam que o dentista da filha era o próprio Fabio. Formado pela USP em 1963, foi da mesma turma da mulher, Anna Maria, que hoje trabalha como tradutora. "Os colegas brincavam que ele escolheu a mais bonita da sala", revela Daniela.
Por um tempo, Fabio atuou no Serviço Dentário Escolar, do governo de SP. Depois, abriu consultório. Sua mania era colecionar obras de arte relacionadas à profissão. "Ele tinha uma coleção com 180 obras. Era seu xodó", diz a mulher. Entre as várias esculturas que adornam seu local de trabalho, há um sapo dentista e até um King Kong odontólogo.
Sempre bem-humorado, foi muitas vezes confundido com seu irmão gêmeo, que é médico. Adorava jogar tênis e, nos últimos anos, foi todos os finais de semana para sua casa em Ibiúna (SP), onde tinha um buggy vermelho com um adesivo da Ferrari, para parodiar a marca italiana.
Atendeu pela última vez na quinta, um dia antes de morrer. "Ele estava bem fraco, não conseguia se levantar, mas, na sexta, fez questão de escovar os dentes." Morreu aos 69, em decorrência de um câncer descoberto em meados de 2007. Teve duas filhas. A missa de sétimo dia será na quinta, às 18h30, na igreja Santíssimo Sacramento, em São Paulo. coluna.obituario@uol.com.br

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