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RICARDO FERRAZ VESPUCCI (1949-2010)
Jornalista, músico e humanista
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na série "Rebeldes Brasileiros", publicada pela revista "Caros Amigos", há algo
de seu editor, Ricardo Ferraz
Vespucci.
Não era um rebelado ilustre, mas sim um humanista e
idealista intransigente.
O Bi, como era chamado
pelo irmão mais velho desde
que nascera, largou o direito
e virou jornalista no início
dos anos 70, quando foi trabalhar na revista de contracultura "O Bondinho".
Foi convidado pelo criador
da revista, Sérgio de Souza,
futuro sócio e amigo.
O perfil do guitarrista
Lanny Gordin é um marco
das suas reportagens, nas
quais buscava humanizar assuntos e personagens.
Trabalhou nos jornais "Última Hora" e "Jornal da Tarde", além de revistas e publicações alternativas.
Nascido numa família de
médicos em Taquaritinga
(SP), veio para SP aos dez
anos. Estudava piano, mas
logo desistiu e foi tocar por
conta própria violão e baixo.
Tinha uma banda com
amigos da faculdade, tocava
em festas e era chamado de
"Bi dos lindos olhos azuis".
Numa delas, conheceu Kátia,
com quem se casaria em 1974
e teria dois filhos.
Era corintiano, ouvia Mozart e "Mama" Cass Elliot,
gostava de fumar cachimbo e
beber uísque. Em 1984, porém, teve uma crise e foi internado numa clínica de reabilitação. Nunca mais bebeu.
Lançou, com o irmão, o
médico Emanuel, dois livros
sobre o assunto.
Morreu de parada cardíaca, aos 61, na sexta-feira, em
São Paulo, deixando mulher
e dois filhos. Haverá missa
amanhã na igreja de São Domingos, em Perdizes, às 19h.
coluna.obituario@uol.com.br
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