São Paulo, quarta-feira, 03 de agosto de 2011

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Dono da Land Rover afirma que quem dirigia era a namorada

Engenheiro diz que Gabriella perdeu controle ao tentar segurá-lo

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

O engenheiro Roberto de Souza Lima, 34, dono da Land Rover que atropelou o administrador Vitor Gurman, 24, na Vila Madalena (zona oeste de SP), depôs ontem e reafirmou que era a namorada quem dirigia o veículo na hora do acidente.
Segundo ele, a nutricionista Gabriella Guerrero Pereira, 28, perdeu o controle do carro após tentar impedir, com o braço, que o corpo dele -que estava alcoolizado e sem o cinto- fosse projetado para a frente nas freadas.
Antes do acidente, ela tentou atar o cinto dele outras vezes durante o percurso.
Roberto confirmou que bebeu na noite do acidente (sábado retrasado). Por isso, segundo ele, Gabriella decidiu, ainda no bar Piove, no Itaim Bibi (zona oeste de SP), onde eles estavam, que iria dirigir.
Uma testemunha que diz ter socorrido o casal logo após o acidente também depôs. O vendedor Henrique (ele não divulgou o sobrenome) afirmou que era Gabriella quem dirigia.
"Eu arranquei o para-brisa e tirei ele primeiro do carro. Depois, tirei o cinto dela, que estava ao volante, e a retirei também", disse à Folha.
Ele declarou que Roberto "mal conseguia ficar de pé", pois estava bêbado.
Anteontem, a jornalista Ingrid Basílio, 48, disse à policia que "não tinha dúvidas" de que quem dirigia era Roberto. Ela mora na rua Natingui, onde ocorreu o acidente, e afirmou que as pessoas que socorreram o casal eram, na verdade, amigos dos dois.
O vendedor disse ter decidido depor após saber do depoimento da jornalista.
"Eu tirei ela [Gabriella] do carro. Ela estava presa no banco do motorista", afirmou. "Não conheço nenhum deles. Estava indo embora da balada para a minha casa, em Osasco (Grande São Paulo), e vi o carro capotado."
Segundo Naílson Manoel Barbosa, 28, manobrista do bar onde eles estavam, Gabriella saiu dirigindo o carro. "Ela estava com pressa para ir embora e o rapaz [Roberto] até disse que queria ir dirigindo, mas ela não deixou."
Segundo a delegada Cristina Castilho, a linha de investigação principal continua sendo homicídio doloso (com intenção de matar) e Gabriella deve ser indiciada sob acusação de ter cometido o crime. O inquérito deve terminar nesta semana.
Para a polícia, como o laudo do IML afirma que ela estava alcoolizada, Gabriella assumiu o risco de matar. O exame clínico confirmou que ela havia bebido, mas que estava lúcida e com os reflexos normais. A polícia aguarda o resultado da perícia, que pode apontar quem dirigia.
No depoimento, Roberto mostrou um laudo médico do Hospital São Luiz, onde ele ficou internado, que mostra que ele sofreu um ferimento no lado direito da cabeça.
Segundo ele, com o impacto da batida, ele bateu a cabeça contra o vidro do lado do passageiro.


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