São Paulo, Terça-feira, 03 de Agosto de 1999
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Pílula é vendida sem receita em SP

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Consumidora compra a "pílula do dia seguinte" sem apresentar receita médica em farmácia de SP


CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local

O Postinor-2, mais conhecido como a "pílula do dia seguinte", começou a ser vendido ontem nas farmácias de todo o Brasil. Apesar de ser um remédio de tarja vermelha, estava sendo adquirido em farmácias de São Paulo sem receita médica.
Dos nove estabelecimentos procurados pela Folha, apenas três farmácias já haviam recebido o medicamento até a tarde de ontem e estavam realizando a venda no balcão sem a exigência de apresentação de receita.
A reportagem se passou por um consumidor e conseguiu comprar o medicamento, sem receita, em uma farmácia na região central da cidade, por R$ 15,71.
Como o Postinor-2 não é um remédio de tarja preta, casos em que a farmácia tem de ficar com a receita para controle das vendas, a fiscalização da Vigilância Sanitária atuará apenas em caso de denúncias, segundo a assessoria de imprensa do órgão.

Indicações
O Postinor-2 é uma pílula contraceptiva de emergência que evita uma gravidez indesejada, se for ingerida até 72 horas após uma relação sexual desprotegida.
Quando a mulher ingere o medicamento ela recebe uma dose de hormônio, que impede, caso tenha sido fecundada, que o óvulo se prenda à parede do útero.
Segundo o Ache Laboratórios Farmacêuticos, responsável pela distribuição do remédio no Brasil, a eficácia do medicamento é de 95%, quando o primeiro comprimido for ingerido nas primeiras 24 horas após a relação sexual. Depois desse período, há comprometimento da eficácia. Segundo especialistas, a eficácia, em um período posterior, fica em torno de 75%.
Segundo o ginecologista e obstetra José Bento de Souza, do Hospital Albert Einstein, o uso indiscriminado do remédio pode causar um distúrbio hormonal. "O remédio deve ser usado apenas em casos de emergência", disse.


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