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Interessados criticam a falta de ação inicial para criar na região a "Nova Luz'
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresários do setor imobiliário e de tecnologia, especialistas, consultores e até mesmo
a prefeitura concordam: não
haverá investimento privado
maciço até uma intervenção
concreta da administração municipal na região da Luz.
"O que está nos deixando
desmotivados é a lentidão. Faz
um ano e até agora nenhuma
empresa conseguiu benefício
de isenção fiscal", afirmou José
Vidal, diretor do ITS (Instituto
de Tecnologia do Software),
que reúne cerca de cem empresas do setor e é parceiro da prefeitura na difusão do projeto
entre interessados. "Os empresários ficam com receio porque
não aconteceu nada."
Vidal critica, por exemplo, o
atraso na constituição do Coluz, conselho que vai decidir
pelas isenções fiscais na região
-ele aponta a redução de ISS,
de 5% para 2%, o que seria atrativo para empresas do setor de
tecnologia. A primeira reunião
estava marcada para 15 de julho, mas não ocorreu.
Aqui e ali, vêem-se algumas
iniciativas isoladas, que entretanto não conseguem mudar o
caráter da região. Na rua do
Triunfo, 51, instalou-se em
março a agência de publicidade
Fess. O prédio foi restaurado e
os 37 funcionários trabalham
em um ambiente moderno que
contrasta com a degradação generalizada do entorno.
Um pouco mais à frente, na
própria rua do Triunfo, nos números 137, 145 e 153, o empresário Enzo Giovannone manteve intactas as fachadas dos imóveis e, dentro, fez uma revolução. Um hotelzinho que ficava
no 137 -a antiga hospedaria
Água Viva- cedeu o lugar a
uma quadra de futebol e a salões comerciais.
"Está mais lento, sim [do que
a prefeitura esperava]. Tem dificuldade da prefeitura em fazer planta, avaliação patrimonial, ir à Justiça para desapropriar", afirma Geraldo Biasoto,
vice-presidente da Emurb, para quem até 20% dos 750 imóveis desapropriáveis da região
possuem documentação complicada, pois são fruto de herança ou pertencem a vários
proprietários. As primeiras intervenções profundas, como a
demolição do quarteirão destinado aos prédios públicos, só
devem começar a ocorrer em
2007. Isso, segundo ele, tornará "irreversível" a revitalização.
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