São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006

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Interessados criticam a falta de ação inicial para criar na região a "Nova Luz'

DA REPORTAGEM LOCAL

Empresários do setor imobiliário e de tecnologia, especialistas, consultores e até mesmo a prefeitura concordam: não haverá investimento privado maciço até uma intervenção concreta da administração municipal na região da Luz.
"O que está nos deixando desmotivados é a lentidão. Faz um ano e até agora nenhuma empresa conseguiu benefício de isenção fiscal", afirmou José Vidal, diretor do ITS (Instituto de Tecnologia do Software), que reúne cerca de cem empresas do setor e é parceiro da prefeitura na difusão do projeto entre interessados. "Os empresários ficam com receio porque não aconteceu nada."
Vidal critica, por exemplo, o atraso na constituição do Coluz, conselho que vai decidir pelas isenções fiscais na região -ele aponta a redução de ISS, de 5% para 2%, o que seria atrativo para empresas do setor de tecnologia. A primeira reunião estava marcada para 15 de julho, mas não ocorreu.
Aqui e ali, vêem-se algumas iniciativas isoladas, que entretanto não conseguem mudar o caráter da região. Na rua do Triunfo, 51, instalou-se em março a agência de publicidade Fess. O prédio foi restaurado e os 37 funcionários trabalham em um ambiente moderno que contrasta com a degradação generalizada do entorno.
Um pouco mais à frente, na própria rua do Triunfo, nos números 137, 145 e 153, o empresário Enzo Giovannone manteve intactas as fachadas dos imóveis e, dentro, fez uma revolução. Um hotelzinho que ficava no 137 -a antiga hospedaria Água Viva- cedeu o lugar a uma quadra de futebol e a salões comerciais.
"Está mais lento, sim [do que a prefeitura esperava]. Tem dificuldade da prefeitura em fazer planta, avaliação patrimonial, ir à Justiça para desapropriar", afirma Geraldo Biasoto, vice-presidente da Emurb, para quem até 20% dos 750 imóveis desapropriáveis da região possuem documentação complicada, pois são fruto de herança ou pertencem a vários proprietários. As primeiras intervenções profundas, como a demolição do quarteirão destinado aos prédios públicos, só devem começar a ocorrer em 2007. Isso, segundo ele, tornará "irreversível" a revitalização.


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