JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO

Em uma cidade com zero de ciclovias, nas palavras do secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, aprender a andar de bicicleta deixa de ser coisa só para crianças. Há entidades que dão palestras e cursos sobre como pedalar (e sobreviver) nas ruas da capital do Estado.
Há cinco anos, a ONG Clube dos Amigos da Bike começou a dar orientações a adultos iniciantes no parque das Bicicletas, no Ibirapuera. As palestras, que são gratuitas e ocorrem nas segundas-feiras à noite, acontecem antes de eles partirem em grupo na pedalada noturna pela cidade. Os grupos não saem sem capacete, apesar de o item não ser obrigatório pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro).
Segundo o presidente, Sérgio Affonso, monitores ensinam desde a trocar o pneu da bicicleta até a buscar rotas na cidade.
Uma das dicas é evitar potenciais vias de acidentes aos ciclistas, como as avenidas 23 de Maio e Bandeirantes. "É melhor usar ruas paralelas, que são mais vazias e também mais arborizadas", disse.
Outras sugestões são evitar viadutos que não permitam passagem e orientar o ciclista a seguir as leis do trânsito, sem entrar na contramão ou desrespeitar sinalizações.
Também há cursos sob medida. "Muitos nos procuram, dizendo: "Eu trabalho em Moema e moro na Vila Mariana. Quero que você venha comigo de bicicleta para mostrar o melhor trajeto'", conta. As aulas custam R$ 50 a hora.
A advogada Patrícia de Almeida Barros, 39, usava o carro até para ir à padaria perto de sua casa, em Moema, por medo.
Há um ano e meio, aceitou o desafio de pedalar. Fez três aulas particulares. Hoje, usa a bicicleta duas vezes por semana.
Além da ONG, a Federação Paulista de Ciclismo mantém programa com a prefeitura para aulas a estudantes da rede pública, no parque das Bicicletas.

NA INTERNET
www.fpciclismo.org.br
Federação Paulista de Ciclismo

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