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Carros terão de poluir menos a partir de 2014
Conselho Nacional do Meio Ambiente ordena redução média de 33% na emissão de poluentes, padrão defasado em relação à Europa
Estudo do Ministério do Meio Ambiente revelou alta de 56% nas emissões de gás carbônico nos transportes durante os últimos 13 anos
Moacyr Lopes - 24.abr.09/Folha Imagem
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Carro passa por inspeção veicura em SP
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Carros novos de passeio e de
passageiros terão de sair das fábricas emitindo 33% menos
poluentes, em média, a partir
de janeiro de 2013, no caso dos
veículos movidos a diesel (caso
dos utilitários, como Picape
S10 e Ford Ranger), ou de janeiro de 2014, no caso dos que são
movidos a gasolina e álcool.
A nova fase do Proconve
(Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) foi aprovada ontem
pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). No entanto, os padrões que o país terá em pouco mais de três ou
quatro anos estão defasados em
relação aos que já vigoram
atualmente na Europa e nos
Estados Unidos.
"Geralmente, estamos uma
fase atrás dos europeus e norte-americanos", disse Rudolf Noronha, coordenador do programa de qualidade do ar do Ministério do Meio Ambiente.
A emissão de monóxido de
carbono (CO), por exemplo, foi
fixada no Brasil em 1,3 g/km
(no caso de veículos que pesam
até 1.700 quilos) e 2 g/km (no
caso de veículos de maior peso),
enquanto nos países da União
Europeia, desde 2005, o limite
é 1 g/km (válido para veículos
que pesam até 2.610 kg).
O corte nas emissões do monóxido de carbono, no caso dos
veículos que pesam até 1.700
kg, será de 35% (passará dos
atuais 2 g/km para 1,3 g/km).
Os veículos de maior peso passarão dos atuais 2,7 g/km para 2
g/km (queda de 26%).
O monóxido de carbono afeta
a saúde dos moradores de grandes cidades. Pode causar de dor
de cabeça ao bloqueio das funções respiratórias.
Outra substância que teve
corte foi o óxido de nitrogênio.
Também nesse caso os novos limites serão superiores aos que
vigoram na Europa desde 2005.
Sob o efeito da luz solar, o
óxido de nitrogênio tem papel
importante na formação do
ozônio, um dos gases responsáveis pelo aumento da temperatura do planeta.
A atual fase do programa brasileiro de controle da poluição
para veículos leves entrou em
vigor em janeiro deste ano. O
programa foi criado em 1986.
"Quando a nova fase entrar
em vigor, haverá uma redução
substancial dos poluentes", disse o ministro Carlos Minc, que
anunciou ontem estudos para
reduzir as emissões também
dos veículos usados, que dominam a frota brasileira.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) afirmou
que os novos limites e prazos
serão cumpridos. "Não vejo nenhum problema", disse o presidente da comissão de energia e
meio ambiente da Anfavea,
Henry Joseph Júnior.
A Petrobras informou, em
nota, que atenderá "tanto o fornecimento do óleo diesel quanto da gasolina", de acordo com
as especificações já definidas
pela agência reguladora para a
fase de testes.
Atrasos
O Conama reativou ontem a
comissão que vai acompanhar a
implantação do novo padrão. O
objetivo é evitar o descumprimento dos novos limites, como
ocorreu no ano passado com a
resolução que tratava da emissão de poluentes por veículos
pesados movidos a diesel.
Essa resolução devia ter entrado em vigor neste ano, mas
foi ignorada por fabricantes de
veículos e pela Petrobras -que
deveria fornecer combustível
com menor nível de enxofre.
Um "festival de omissão e de
impunidade", disse Minc.
O pretexto foi uma falha da
ANP (Agência Nacional do Petróleo), à qual cabia definir as
especificações desse combustível. Desta vez, a ANP cumpriu
essa etapa depois de uma primeira tentativa de votação, no
Conama, em maio, da resolução aprovada ontem.
Um estudo divulgado na semana passada pelo Ministério
do Meio Ambiente mostrou
que houve um aumento de 56%
das emissões de gás carbônico
no setor de transportes nos últimos 13 anos.
Colaborou FELIPE NÓBREGA , da Reportagem
Local
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