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Jovens são indiciados pela morte de Rafael
Atropelador e motorista do outro carro são suspeitos de crime doloso
Para investigadores, eles assumiram risco de matar; advogado de um não respondeu à Folha e o outro não foi achado
DIANA BRITO
DENISE MENCHEN
DO RIO
Rafael Bussamra, 25, que
atropelou e matou o músico
Rafael Mascarenhas, 18, filho
da atriz Cissa Guimarães, no
dia 20 de julho, foi indiciado
ontem sob suspeita de homicídio doloso (intencional).
Ele foi enquadrado no chamado "dolo eventual", em
que, apesar de não ter intenção de matar, o réu assume
os riscos de isso acontecer.
Foi também indiciado sob
suspeita de mais três crimes.
Gabriel Henrique Ribeiro,
20, motorista do Honda Civic
que estava no Túnel Acústico
no momento do atropelamento, também acabou indiciado pela mesma suspeita
de homicídio doloso.
A delegada Bárbara Lomba justificou a decisão sob o
argumento de que ambos
participavam de um "racha"
no túnel fechado ao trânsito.
Segundo as investigações,
os dois carros estavam com
faróis apagados e, na hora do
choque, emparelhados em
alta velocidade -a perícia estimou em 100 km/h. A vítima
andava de skate no túnel.
A pena para o crime varia
de 6 a 20 anos de prisão.
Bussamra e Ribeiro foram
indiciados ainda por supostamente terem fugido do local do acidente. Só se apresentaram à delegacia 17 horas após o atropelamento,
quando imagens dos veículos, feitas pelas câmeras da
CET-Rio, foram divulgadas.
Bussamra é suspeito ainda
de fraude processual, por ter
levado o carro para uma oficina antes de apresentá-lo à
polícia, e corrupção ativa.
Em depoimento, ele e seu
pai, o empresário Roberto
Bussamra, disseram que policiais que pararam o carro
após o acidente haviam pedido R$ 10 mil para liberá-lo. O
inquérito concluiu que eles
ofereceram a propina.
Roberto poderá ser julgado pelos crimes de corrupção
ativa e fraude processual.
Guilherme, filho mais novo do empresário, que acompanhou o pai no encontro
com os PMs e até a oficina, foi
indiciado só pela suspeita de
fraude processual.
Em inquérito militar, o sargento Marcelo José Leal Martins e o cabo Marcelo Bigon,
do 23º Batalhão da PM, foram
indiciados sob suspeita de
corrupção passiva, falsidade
ideológica e descumprimento de missão.
A Folha deixou recado ontem com a secretária do advogado dos Bussamra, mas
não obteve resposta.
Procurado pela reportagem, o pai de Gabriel Ribeiro
afirmou que não comentaria
o assunto porque o filho é
maior de idade e deve responder por si próprio. O jovem não foi encontrado.
FOLHA.com
Vídeo sugere que
atropelador sabia de
interdição de túnel
folha.com.br/mm793239
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