São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2010

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Rota mata suspeito de atacar comandante

Tenente-coronel Telhada diz ter reconhecido rapaz como um dos homens que dispararam contra ele em julho

Policiais que mataram suspeito dizem que ele estava armado e resistiu à prisão; mãe afirma que filho era inocente

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) mataram ontem, em suposto tiroteio, um rapaz de 25 anos.
Segundo a tropa, ele era suspeito de participar do atentado contra o chefe do grupo de elite da PM de SP, Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, em 31 de julho.
O serviço de inteligência da Rota diz que estava monitorando Fábio Santos de Oliveira, 25, o Gordex, na região do Parque do Carmo, zona leste, porque ele integrava a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
No início da madrugada, os policiais, que trabalhavam à paisana em um carro descaracterizado, pediram apoio para abordá-lo.
Ao perceber que estava sendo seguido, diz a Rota, Oliveira fugiu com o Gol que dirigia pela avenida Jacu Pêssego e, perto da entrada de um conjunto residencial, na rua Serra de São Domingos, parou o carro, desceu e atirou com uma pistola .45.
Atingido por cinco tiros, Oliveira morreu já no Hospital Santa Marcelina, diz a PM. A Rota afirma ter encontrado "aproximadamente 20 quilos de substância aparentando ser cocaína" e, sob o banco do passageiro do carro, um fuzil calibre 5.56 mm.
Na sacola preta que os PMs afirmam ter achado no porta-malas do Gol em que Oliveira estava, havia, segundo a perícia, 11,9 quilos de cocaína.

RECONHECIMENTO
Ainda na madrugada de ontem, o chefe da Rota foi ao hospital e disse ter reconhecido o suspeito morto como um dos homens que cometeram o atentado contra ele em julho deste ano.
"Como ele morreu, eu não vou poder saber porque ele fez isso comigo. Mas, sem sombra de dúvida, foi ele quem disparou 11 vezes contra mim", afirmou Telhada.
O suspeito usava documentos em nome de um homem de 27 anos, que não tinha antecedentes criminais, e o carro em que ele estava é registrado em nome de outro homem, procurado por não pagar pensão alimentícia.
A auxiliar de enfermagem Norma Lúcia Santos Oliveira, 49, mãe de Oliveira, disse que o filho estava ao lado dela, das 8h às 16h do dia 31 de julho -data do atentado contra o tenente-coronel Paulo Telhada-, no hospital Emílio Ribas, no centro.
"Como ele poderia ter atirado em um coronel estando ao meu lado? Mataram porque ele tinha passagem por roubo", disse a mãe.


Colaborou LÉO ARCOVERDE , do "Agora"


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