|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rota mata suspeito de atacar comandante
Tenente-coronel Telhada diz ter reconhecido rapaz como um dos homens que dispararam contra ele em julho
Policiais que mataram suspeito dizem que ele estava armado e resistiu à prisão; mãe afirma que filho era inocente
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Policiais da Rota (Rondas
Ostensivas Tobias de Aguiar)
mataram ontem, em suposto
tiroteio, um rapaz de 25 anos.
Segundo a tropa, ele era
suspeito de participar do
atentado contra o chefe do
grupo de elite da PM de SP,
Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, em 31 de julho.
O serviço de inteligência
da Rota diz que estava monitorando Fábio Santos de Oliveira, 25, o Gordex, na região
do Parque do Carmo, zona
leste, porque ele integrava a
facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
No início da madrugada,
os policiais, que trabalhavam à paisana em um carro
descaracterizado, pediram
apoio para abordá-lo.
Ao perceber que estava
sendo seguido, diz a Rota,
Oliveira fugiu com o Gol que
dirigia pela avenida Jacu Pêssego e, perto da entrada de
um conjunto residencial, na
rua Serra de São Domingos,
parou o carro, desceu e atirou com uma pistola .45.
Atingido por cinco tiros,
Oliveira morreu já no Hospital Santa Marcelina, diz a PM.
A Rota afirma ter encontrado "aproximadamente 20
quilos de substância aparentando ser cocaína" e, sob o
banco do passageiro do carro, um fuzil calibre 5.56 mm.
Na sacola preta que os PMs
afirmam ter achado no porta-malas do Gol em que Oliveira
estava, havia, segundo a perícia, 11,9 quilos de cocaína.
RECONHECIMENTO
Ainda na madrugada de
ontem, o chefe da Rota foi ao
hospital e disse ter reconhecido o suspeito morto como
um dos homens que cometeram o atentado contra ele em
julho deste ano.
"Como ele morreu, eu não
vou poder saber porque ele
fez isso comigo. Mas, sem
sombra de dúvida, foi ele
quem disparou 11 vezes contra mim", afirmou Telhada.
O suspeito usava documentos em nome de um homem de 27 anos, que não tinha antecedentes criminais,
e o carro em que ele estava é
registrado em nome de outro
homem, procurado por não
pagar pensão alimentícia.
A auxiliar de enfermagem
Norma Lúcia Santos Oliveira,
49, mãe de Oliveira, disse
que o filho estava ao lado dela, das 8h às 16h do dia 31 de
julho -data do atentado contra o tenente-coronel Paulo
Telhada-, no hospital Emílio Ribas, no centro.
"Como ele poderia ter atirado em um coronel estando
ao meu lado? Mataram porque ele tinha passagem por
roubo", disse a mãe.
Colaborou LÉO ARCOVERDE , do "Agora"
Texto Anterior: Jovens são indiciados pela morte de Rafael Próximo Texto: Saiba mais: Atentado a tiros foi na porta da casa de Telhada Índice
|