São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2010

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Lei exige só GPS para transportar explosivo

Regra não prevê escolta nem limita quantidade

DE SÃO PAULO

O roubo ao caminhão com 2,35 toneladas de explosivos na zona norte, na terça, expôs a fragilidade na segurança desse tipo de transporte.
Mesmo com uma carga cobiçada por narcotraficantes e crime organizado, o veículo era conduzido por um motorista -e um colaborador desarmado-, sem escolta.
A lei brasileira exige uma série de providências para o transporte, como autorização por escrito do Exército e um veículo com estrutura específica, mas não obriga o uso de escolta armada.
Também não prevê restrição sobre a quantidade de explosivo a ser transportada.
O único item diferente nessa linha é a instalação de rastreadores via satélite -GPSs.
O caminhão roubado na terça tinha o GPS exigido, mas ele foi desativado oito minutos depois do ataque -até ontem, a carga ainda não havia sido localizada.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de SP, Ubirajara D'Ambrosio, esse roubo não é motivo para preocupação. Segundo ele, o bando pode ter levado o veículo sem saber o que ele transportava.
"Não foi coisa organizada para roubar um caminhão de explosivos. Roubaram aquele que estava passando. Poderia ser de combustível."
Ele diz que a escolta elevaria muito o custo da carga transportada, estimada em R$ 8.000 a R$ 10.000.
Para o diretor do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), Marcelo Tunes, esse foi um caso raro e, por isso, não se utiliza escolta.
A Britanite/IBQ, responsável pelo explosivo, informou ter adotado os cuidados exigidos pela lei, que serão mantidos. O Comando Militar do Sudeste disse que irá apurar se eles eram seguidos.
Na União Europeia, a regra é como a brasileira. É preciso rastreador, mas não há algo específico sobre escolta ou quantidade. (ANDRÉ CARAMANTE e ROGÉRIO PAGNAN)


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