São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2000

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Rebelião no interior de São Paulo deixa 11 feridos

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Onze pessoas ficaram feridas e nove foram mantidas como reféns em duas rebeliões que começaram no domingo e terminaram ontem de manhã, no interior de São Paulo.
Em Mirandópolis (605 km a noroeste de São Paulo), sete presos e um dos quatro reféns, todos agentes penitenciários, foram internados no Hospital Geral da cidade com ferimentos provocados por estiletes e quedas, durante a rebelião na Penitenciária Nestor Canoas. Nenhum caso inspira risco de morte, segundo o hospital.
O agente penitenciário Mário de Jesus fraturou o braço ao cair de um telhado quando escapava dos rebelados. Ele deverá se submeter a uma cirurgia.
Os outros três reféns -Carlos Aparecido Barbosa, Luiz Francisco da Silva e Itamar Almeida Graziela- sofrerem ferimentos leves, foram medicados e tiveram alta.
Os presos feridos são Alexandre Ricardo dos Santos, Manoel Francisco da Silva, João Edson da Silva, Eleude Aparecido da Silva, Marco Vaz Moreira, Mauro Emerson Rosa e José Carlos Tadeu da Silva.
A rebelião, que terminou por volta das 6h30 de ontem, durou mais de 12 horas e envolveu pelo menos a metade dos quase 900 presos de três pavilhões. Ela começou com uma briga entre facções de presos, após o horário de visitas.
Os rebelados não apresentaram nenhuma reivindicação, segundo o diretor Márcio Betti, 30.
Eles queimaram colchões e destruíram celas e parte da estrutura elétrica para tentar fugir.
O tumulto só terminou depois da chegada da tropa de choque da Polícia Militar de Araçatuba (532 km a noroeste de São Paulo), que cercou o local. Não houve necessidade de intervenção dos policiais.
O diretor da prisão não sabia até ontem à tarde se haveria transferência de presos.
A Penitenciária Nestor Canoas, conhecida simplesmente como P1, foi construída há mais de dez anos, é considerada de segurança máxima e constantemente é palco de rebeliões.

Avaré
Na Penitenciária 1 de Avaré (268 km a oeste de São Paulo), cerca de 200 dos 600 presos mantiveram como reféns cinco agentes penitenciários, numa rebelião que também envolveu facções.
Não houve registro de feridos. O último refém foi libertado no final do motim, que começou às 17h de domingo e terminou às 11h40 de ontem, depois de negociação com a direção do presídio e juízes.
No final, 12 presos foram transferidos para estabelecimentos penais em Guarulhos e em Franco da Rocha, na Grande São Paulo.


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