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Boeing se despedaçou no ar, afirma FAB
Nova versão divulgada é baseada no fato de os destroços da aeronave terem sido achados num grande raio de distância
Os dois primeiros corpos de vítimas do acidente achados na mata estavam a meio metro de profundidade, o que reforça a hipótese
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PEIXOTO DE
AZEVEDO
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A PEIXOTO DE
AZEVEDO
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O coronel Jorge Amaral, do
setor de Comunicação da FAB
(Força Aérea Brasileira), disse
ontem que a aeronave Boeing
737-800 da Gol se despedaçou
no ar durante o acidente com o
jato Legacy.
O avião ficou partido antes
que seus destroços e os corpos
dos 149 passageiros e seis tripulantes fossem jogados contra a
floresta perto da reserva indígena Capoto-Jarinã. "O avião
veio se despedaçando no ar",
disse Amaral.
A nova versão, baseada no fato de que os destroços do avião
foram achados num grande
raio de distância, derruba a primeira que foi divulgada -a de
que o avião caíra de nariz.
Depois da nova conclusão , a
FAB e o Exército decidiram
ampliar a área de busca por
destroços e corpos das vítimas
do acidente para um raio de 20
quilômetros do local em torno
do ponto inicialmente apontado como o da queda.
A localização dos dois primeiros corpos das vítimas anteontem, aliás, ocorreu além do
ponto inicialmente previsto
para as buscas.
Meio metro sob o solo
A Folha apurou que os corpos -uma mulher e um homem- foram achados a meio
metro de profundidade.
O fato leva à constatação de
que eles foram arremessados
para fora do avião, quando a aeronave ainda estava em altitude elevada.
Questionado, entretanto, sobre o fato, o coronel Amaral se
irritou: "Queria saber qual a relevância dessa informação? Eu
não confirmo, eu não sei disso",
afirmou ele.
A Folha apurou que os dois
corpos estavam bastante danificados e "grudados" à terra do
solo. As mãos das vítimas, no
entanto, estavam intactas, o
que poderá facilitar o trabalho
dos peritos para que elas sejam
identificadas.
Caiapós
Com a ampliação do campo
de buscas, o grupo de índios
caiapós que ajuda no resgate
-profundo conhecedor da região- poderá ser mais útil nos
trabalhos.
A ampliação aumenta também as dificuldades dos 75 homens da FAB e do Exército que
trabalham no local.
Outro fator que pode dificultar os trabalhos é a estação chuvosa. Tradicionalmente, as
chuvas começam no norte de
Mato Grosso no início de outubro e vão até abril. Desde sábado começou a chover, ainda que
irregularmente, na região do
acidente.
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