São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2011

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23 de Maio perde posto de 'rota motoqueira'

Número de motos que passam em trecho da avenida Eusébio Matoso supera em 52% o fluxo do corredor norte-sul

Além de ser a principal ligação entre bairros periféricos da zona oeste com o centro, via é rota de entregas

DE SÃO PAULO

A avenida Eusébio Matoso já pode desbancar a fama do corredor 23 de Maio como a principal rota de motocicletas na cidade de São Paulo.
A concentração está no trecho entre a Cardeal Arcoverde e a marginal Pinheiros.
Por lá, das 7h às 10h, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou nas contagens do ano passado 6.474 motos -a média ultrapassa uma a cada dois segundos.
Esse volume é 52% superior ao ponto da 23 de Maio que contabilizou mais motos -terceira no ranking, a via não esvaziou após a motofaixa da Vergueiro, criada como alternativa para motos.
Além de ser a primeira em quantidade, a Eusébio Matoso tem a terceira maior proporção de motos da manhã: 40,5% dos veículos. Mas os carros por lá ainda predominam -com 56% do fluxo.
A concentração de motos na Eusébio Matoso é resultado de uma combinação de características da avenida.
De um lado, a via acaba sendo a principal conexão de bairros periféricos da zona oeste com a região central.
De outro, é também uma rota de passagem para a distribuição de entregas a pontos estratégicos de serviços e comércios, como a Brigadeiro Faria Lima e a Paulista.
"Na periferia, há ainda mais problemas no transporte público, e as motos ficam mais atrativas", diz Jaime Waisman, professor da USP.
"O custo dos ônibus é elevado. E, à noite, não há oferta. Junto com a dificuldade de locomoção, esses são alguns dos incentivos para as motos", afirma Luiz Artur Cane, presidente do Movimento Brasileiro de Motociclistas.
"O problema mesmo é a falta de civilidade, que independe do veículo, se tem quatro ou duas rodas. Os motociclistas têm que aprender a buzinar menos e a frear mais. Os motoristas têm que parar de grudar nas motos, de se distrair com celular", diz.
As marginais Pinheiros e Tietê, que são consideradas interligações rodoviárias, não integram a contagem da CET. (ALENCAR IZIDORO)


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