São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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AGENDA DA TRANSIÇÃO

Após passar quatro anos com margem de remanejamento de 15%, partido quer redução para 1%

PT agora defende Orçamento mais rígido

DA REPORTAGEM LOCAL

A tropa de choque da prefeita Marta Suplicy (PT) promete trabalho aos tucanos que pedem a manutenção do remanejamento de 15% no Orçamento de 2005. O presidente da Câmara, Arselino Tatto (PT), que na gestão Marta defendeu 15%, voltou a cobrar coerência do adversário. "O PSDB sempre bateu pesado em qualquer margem superior a 1%."
O PT, porém, era contra margem elevada nas administrações Pitta e Maluf. José Mentor, então vereador pelo partido, disse, em 99: "Com 15% de remanejamento, só saberemos o Orçamento real em 31 de dezembro de 2000".
Os obstáculos devem começar já na Comissão de Orçamento. Relator do projeto, Antonio Carlos Rodrigues, líder do PL, adotou discurso duro. "Insistirei no 1%, o PSDB sempre apoiou isso", disse. "Se depender de mim, o PL não conversa com o (novo) governo."
Dos nove integrantes da comissão, só Cláudio Fonseca (PC do B) e Gilson Barreto (PSDB) não estão alinhados direta ou indiretamente ao governo Marta. Um de de seus membros, o vereador Paulo Frange (PTB), deixa livre, porém, espaço para negociações. "É como transporte de melancia: no começo parece tudo difícil, depois as coisas se acomodam."
Frange, reeleito, integra bloco de 16 vereadores com integrantes de PP, PL e PMDB. "Politicamente, é bom atuar em bloco, mas, para discutir governabilidade, o PSDB terá de procurar o PTB."
O vereador Celso Jatene (PTB), do grupo, vê o direito de o novo governo ter maior liberdade de gasto no primeiro ano e oferece negociação. "Esperamos cumprir um papel importante para equilibrar o calor entre PT e PSDB."
Em outro ponto que pode representar um problema para o futuro prefeito, o vereador petista Carlos Giannazi apresentará um projeto que eleva o percentual obrigatório a ser gasto na educação de 31% para 35%.
Na atual legislatura, Giannazi foi punido pelo PT por votar contra mudanças na educação. Na época, a Câmara autorizou elevar de 30% para 31% o gasto mínimo, mas incluiu uma série de gastos, como programas sociais, o que, na prática, representava queda na verba da área. (CATIA SEABRA, CONRADO CORSALETTE E PEDRO DIAS LEITE)


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