São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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ABRACADABRA

Evento de cinco dias em Barueri (SP) teve mercado de mágica e conferências com ilusionistas internacionais

Mágicos fazem congresso para aprender novos truques

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O mágico exibe três moedas e as passa de uma mão para a outra. Com um sorriso, abre o punho e mostra só uma. A magia ainda não acabou. Ele gesticula mais um pouco e a moeda desaparece. É surpreendente, mas o auditório responde num tímido aplauso.
Ninguém ali quer diversão. As palmas são curtas porque a platéia corre para tomar nota do passo-a-passo da magia.
"Com este movimento, vocês escondem a moeda na pulseira do relógio", ensina o americano Joshua Jay enquanto 400 mandraques brasileiros tentam imitá-lo.
Ele foi um dos sete estrangeiros que a Academia Brasileira de Artes Mágicas contratou para o Congresso Brasileiro de Mágicos. De sexta até ontem, Barueri (SP) foi a capital nacional da ilusão.
No saguão do centro de convenções, um mágico exibe um cartão em chamas. Ao lado, um colega faz um pato desaparecer dentro de uma caixa de madeira. "La ilusión es perfecta", congratula-se um argentino após tirar uma pomba do lenço vermelho.
Embora a atmosfera deixe qualquer criança de boca aberta, tudo é muito profissional. O cartão, a caixa e o lenço estão à venda. No intervalo entre uma conferência sobre marketing pessoal para mágicos e outra sobre levitação, pode-se fazer compras no Mega Mercado Mágico, onde se encontra de tudo -das tradicionais varas e cartolas aos modernos DVDs com lições de magia.
Um dos poucos momentos em que os congressistas se comportaram como meros espectadores de uma apresentação artística foi quando viram a colher entortar na mão de um ilusionista. Vibraram. Nem assim o clima deixou de ser de congresso. Do tempo da apresentação à técnica do truque, o Uri Geller brasileiro foi meticulosamente avaliado por um júri.
"Você fica cinco dias aqui e uma única coisa que você aprende -uma técnica ou uma sutileza psicológica para envolver a platéia- pode levantar todo o seu show", diz o médico Felipe Fabi, que nas horas vagas se transforma num dos ilusionistas mais respeitados do meio mágico brasileiro.


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