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ABRACADABRA
Evento de cinco dias em Barueri (SP) teve mercado de mágica e conferências com ilusionistas internacionais
Mágicos fazem congresso para aprender novos truques
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
O mágico exibe três moedas e as
passa de uma mão para a outra.
Com um sorriso, abre o punho e
mostra só uma. A magia ainda
não acabou. Ele gesticula mais um
pouco e a moeda desaparece. É
surpreendente, mas o auditório
responde num tímido aplauso.
Ninguém ali quer diversão. As
palmas são curtas porque a platéia corre para tomar nota do passo-a-passo da magia.
"Com este movimento, vocês
escondem a moeda na pulseira do
relógio", ensina o americano Joshua Jay enquanto 400 mandraques brasileiros tentam imitá-lo.
Ele foi um dos sete estrangeiros
que a Academia Brasileira de Artes Mágicas contratou para o
Congresso Brasileiro de Mágicos.
De sexta até ontem, Barueri (SP)
foi a capital nacional da ilusão.
No saguão do centro de convenções, um mágico exibe um cartão
em chamas. Ao lado, um colega
faz um pato desaparecer dentro
de uma caixa de madeira. "La ilusión es perfecta", congratula-se
um argentino após tirar uma
pomba do lenço vermelho.
Embora a atmosfera deixe qualquer criança de boca aberta, tudo
é muito profissional. O cartão, a
caixa e o lenço estão à venda. No
intervalo entre uma conferência
sobre marketing pessoal para mágicos e outra sobre levitação, pode-se fazer compras no Mega
Mercado Mágico, onde se encontra de tudo -das tradicionais varas e cartolas aos modernos
DVDs com lições de magia.
Um dos poucos momentos em
que os congressistas se comportaram como meros espectadores de
uma apresentação artística foi
quando viram a colher entortar
na mão de um ilusionista. Vibraram. Nem assim o clima deixou
de ser de congresso. Do tempo da
apresentação à técnica do truque,
o Uri Geller brasileiro foi meticulosamente avaliado por um júri.
"Você fica cinco dias aqui e uma
única coisa que você aprende
-uma técnica ou uma sutileza
psicológica para envolver a platéia- pode levantar todo o seu
show", diz o médico Felipe Fabi,
que nas horas vagas se transforma
num dos ilusionistas mais respeitados do meio mágico brasileiro.
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