São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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Barra Funda terá 16 km a mais de vias

Bairro da zona oeste passará por mudanças que incluem a chegada de 60 mil novos moradores em até 20 anos

Antigos galpões darão lugar a novos prédios; ideia é que o bairro fique mais parecido com o vizinho Perdizes

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo vai cortar com ruas e avenidas os grandes terrenos desocupados da Barra Funda. A ideia é povoar o bairro da zona oeste a fim de deixá-lo mais ou menos com a cara de Perdizes, logo ao lado. O projeto, que deve ser enviado à Câmara Municipal até o fim do ano, prevê a criação de 16 km de novas vias.
O asfalto abrirá caminho para a construção de prédios de apartamentos e escritórios, que substituirão os grandes galpões da região. Em até 20 anos, o plano é atrair cerca de 60 mil pessoas para morar na Barra Funda. A densidade populacional vai passar dos atuais 25 para cerca de 170 habitantes a cada 10 mil m˛.
Na avaliação oficial, a região possui, além de boa localização, uma infraestrutura adequada para comportar o adensamento. Fica próxima do centro e da marginal Tietê, tem estação de trem, de metrô, rodoviária, corredores de ônibus, dois shoppings -West Plaza e Bourbon- e até estádio de futebol, o do Palmeiras.
Outras três estações de metrô serão construídas na região nos próximos anos, segundo os planos do Estado. O novo projeto enterra de vez a proposta anterior para a área: em 1995, o poder público tentou transformar a Barra Funda num polo comercial, mas poucos empreendimentos foram erguidos.
Na opinião de especialistas, a área tem "vocação" residencial, como foi demonstrado pelo boom de prédios na vizinhança. As desapropriações devem começar após o projeto ser aprovado pelos vereadores.

VIABILIZAÇÃO
A construção de novas vias e das obras contra enchentes -um problema crônico na região- serão feitas com o dinheiro arrecadado com os empreendimentos construídos acima do limite básico da área. Quem quiser erguer edifícios com mais andares do que o que seu terreno permite, terá de pagar uma taxa à prefeitura.
A ideia é fixar que 60% dos novos prédios sejam para famílias com renda mensal de até 16 salários mínimos. Esse perfil de moradores tenderá a aproveitar melhor a boa infraestrutura de transportes públicos da área, afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem.
Como apartamentos para essa faixa de renda costumam ser menores, será possível ter um maior número de pessoas vivendo na mesma área, diz o secretário.
Ros Mari Zenha, geógrafa e representante da sociedade civil para o projeto no Conselho de Meio Ambiente, concorda que a área pode ser mais povoada, mas pondera que deveria haver mais reuniões para ouvir sugestões dos atuais moradores.


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