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Vereador quer verba extra do IPTU para "embelezar" cidade
Melhorias urbanas serviriam para aplacar rejeição ao aumento em ano eleitoral
Base aliada de Kassab defende que parte dos
R$ 644 milhões vindos do reajuste do imposto fiquem nas mãos das subprefeituras
MARIANA BARROS
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia depois da aprovação
do projeto que reajusta o IPTU
de São Paulo em até 45%, partidos aliados do prefeito Gilberto
Kassab (DEM) na Câmara começaram a articular para que
parte das receitas extras em
2010 -só o imposto vai gerar
R$ 644 milhões- seja utilizada
na manutenção da cidade.
Ampliar gastos com esse tipo
de serviço -tapa-buracos, recapeamento de ruas, poda de
árvores e reforma de calçadas,
além de iluminação pública-
segundo vereadores, ajudará a
reduzir o desgaste dos aliados
com a classe média e melhorar
a popularidade do prefeito.
Essa fatia da população será a
principal afetada pela alta do
IPTU e precisa de uma contrapartida clara em serviços.
"Há um prejuízo eleitoral
quando se cria um imposto,
mas, na contrapartida, ele
[Kassab] poderá corresponder
à expectativa da população. É o
chamado custo/benefício",
afirmou o líder do DEM na Câmara, Carlos Apolinário.
A Folha apurou que vereadores do PSDB, maior bancada
da Câmara, e do DEM, partido
do prefeito, querem o aumento
das verbas das subprefeituras,
que vêm sofrendo cortes e são
tradicional reduto dos próprios
vereadores -boa parte deles
disputará eleição para deputado em 2010.
Além do IPTU, Kassab conta
com R$ 726 milhões, nos próximos cinco anos, com a venda
da gestão das contas da folha de
pagamento dos servidores e
mais R$ 400 milhões de emenda ao Orçamento da União.
O prefeito espera ainda R$
200 milhões do PPI, um programa de parcelamento de débitos que ainda depende da
aprovação de projeto pela Câmara, o que deve ocorrer hoje.
O orçamento municipal para o
ano que vem deve ficar em torno de R$ 29 bilhões.
Além de querer deixar um
sucessor na prefeitura, Kassab
também pleiteia a candidatura
ao governo do Estado em 2014.
Mas, para isso, precisa remediar o gosto ruim que a alta do
IPTU e da tarifa de ônibus, que
deve vir em janeiro, deixará na
população.
Ontem de manhã, na primeira entrevista após a aprovação
da alta do IPTU, Kassab disse
que será necessário incorporar
essas novas receitas ao Orçamento 2010, o que dará um fôlego extra à prefeitura.
Há ainda a expectativa da
aprovação, pelo Congresso, da
PEC dos Precatórios, uma
emenda constitucional que vai
fixar um limite de gastos do poder público com as chamadas
dívidas judiciais. Hoje, não
existe limite de precatórios em
relação à receita dos municípios, como prevê a PEC.
"Esses três itens [IPTU, repasse da União e PEC] nos dão
condições de realizar um Orçamento compatível com São
Paulo, que é uma cidade pobre,
que tem dificuldades", disse.
Segundo Kassab, os secretários do Planejamento e da Fazenda vão buscar acordo na Câmara para fazer os ajustes no
projeto do Orçamento. "Estou
confiante [no resultado] das
discussões com a Comissão de
Finanças da Câmara", disse.
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