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Serra vai evitar negociar projetos com vereadores
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), descartou qualquer
negociação do Executivo com a
Câmara Municipal nesses primeiros meses de seu governo. Além
do discurso oficial, segundo o
qual os dois poderes são independentes, a nova administração não
vai precisar do Legislativo agora.
Não há, segundo interlocutores
do prefeito, nenhum projeto importante na pauta. Serra também
não pretende enviar nenhuma
proposta polêmica para análise
dos vereadores no primeiro semestre. Tal situação, segundo
análise dos tucanos, dá fôlego ao
prefeito na queda de braço com os
vereadores e não o deixa dependente da Câmara Municipal.
Ontem, questionado sobre a crise no Legislativo, Serra foi breve.
"A Câmara de vereadores é autônoma. Eles tomam lá suas decisões, nós não temos que interferir
em nada. Tenho confiança de que
as relações serão normais e que a
Câmara se pautará segundo a ética e os interesses da cidade".
A nova organização das secretarias, que a princípio seria enviada
aos vereadores para que eles
aprovassem as alterações, foi estabelecida por decreto. Técnicos da
nova administração entendem
que não é preciso aprovar lei para
as mudanças, já que elas não prevêem a criação de novos cargos.
Apenas a criação da Secretaria
Especial para Portadores de Deficiência e a extinção das pastas de
Abastecimento e Comunicação
serão tema de projeto de lei.
Para o professor de direito administrativo da PUC-SP Márcio
Cammarosano, todas as alterações nas secretarias deveriam ser
feitas por projeto de lei. Ele diz
que, sem aumento no número de
funcionários, "não há uma ofensa
direta à Constituição" -e seria
difícil ocorrer a nulidade do processo. "Mas para mim essas alterações deveriam ser feitas por
projeto de lei, já que mexe na organização da administração."
O presidente da Comissão de
Valorização da Administração
Pública da OAB-SP, Silvio Salata,
não vê problemas na medida de
Serra. "A lei orgânica do município permite isso", afirmou ele.
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