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PM e fiscais da CET descumprem nova norma do capacete
Reportagem flagrou, perto de blitz da Rocam, policial da unidade sem a faixa refletiva que passou a ser exigida dos motociclistas
Com obrigatoriedade, usuários de motos fizeram ontem uma corrida às
lojas em busca da fita, obrigatória desde o dia 1º
FILIPE MARCEL
DA REPORTAGEM LOCAL
Em vigor desde o dia 1º de janeiro, a obrigatoriedade de uso
de capacetes com faixas refletivas de segurança e com selo de
certificação do Inmetro provocou uma verdadeira corrida de
motociclistas às lojas. Mas nem
mesmo os responsáveis por fiscalizar a nova lei -os policiais
militares da Rocam (Rondas
Ostensivas com Apoio de Motocicletas)- estão cumprindo a
determinação.
A PM realizou várias blitz ontem por toda a cidade para flagrar motocicletas irregulares.
Perto de uma delas, na avenida
Duque de Caxias (centro), um
PM da Rocam circulava sem a
faixa no capacete. Também os
fiscais da CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego) não
atendem à nova regra.
Sem as cinco fitas refletivas
no capacete e com o baú da moto sem os respectivos adesivos,
o policial militar, identificado
apenas por Ramos, ficou irritado ao ver sua moto fotografada.
Ele não quis explicar porque
descumpria a lei e exigiu os documentos da reportagem.
Já o fiscal da CET, identificado por Góes, disse não saber
ainda quais são as exigências da
nova lei. "Não sei se as fitas devem ser azuis, amarelas ou vermelhas. A companhia ficou de
realizar um curso para todos os
fiscais nas próximas semanas."
A nova lei já deveria estar em
vigor no meio de 2007, mas foi
postergada a pedido dos motociclistas. Quem for flagrado
descumprindo a norma perderá cinco pontos na carteira e terá de pagar multa de R$ 127,69,
com retenção do veículo.
Durante a blitz, a PM só liberava as motos após os proprietários apresentarem os adesivos obrigatórios.
Algumas lojas, como a Vic
Store, no centro, venderam ontem ao menos 20 capacetes
-em média, vendem três ao
dia. Vendedores ambulantes
ofereciam tiras refletivas de 40
cm de comprimento por R$ 5.
"Os caras que fizeram essa lei
nunca andaram de moto. Você
acha que isso tudo vai resolver
alguma coisa?", questionou o
vendedor ambulante Elias de
Almeida, 40, que vendia os adesivos em sua banquinha de
DVDs pirata. Ele disse ter vendido 40 metros ao longo do dia.
"Os caras estão querendo
chupar o nosso sangue", esbravejou o motoboy Gilson Ferreira, 33, dez anos de profissão.
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