São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PM e fiscais da CET descumprem nova norma do capacete

Reportagem flagrou, perto de blitz da Rocam, policial da unidade sem a faixa refletiva que passou a ser exigida dos motociclistas

Com obrigatoriedade, usuários de motos fizeram ontem uma corrida às lojas em busca da fita, obrigatória desde o dia 1º

FILIPE MARCEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Em vigor desde o dia 1º de janeiro, a obrigatoriedade de uso de capacetes com faixas refletivas de segurança e com selo de certificação do Inmetro provocou uma verdadeira corrida de motociclistas às lojas. Mas nem mesmo os responsáveis por fiscalizar a nova lei -os policiais militares da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas)- estão cumprindo a determinação.
A PM realizou várias blitz ontem por toda a cidade para flagrar motocicletas irregulares. Perto de uma delas, na avenida Duque de Caxias (centro), um PM da Rocam circulava sem a faixa no capacete. Também os fiscais da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não atendem à nova regra.
Sem as cinco fitas refletivas no capacete e com o baú da moto sem os respectivos adesivos, o policial militar, identificado apenas por Ramos, ficou irritado ao ver sua moto fotografada. Ele não quis explicar porque descumpria a lei e exigiu os documentos da reportagem.
Já o fiscal da CET, identificado por Góes, disse não saber ainda quais são as exigências da nova lei. "Não sei se as fitas devem ser azuis, amarelas ou vermelhas. A companhia ficou de realizar um curso para todos os fiscais nas próximas semanas."
A nova lei já deveria estar em vigor no meio de 2007, mas foi postergada a pedido dos motociclistas. Quem for flagrado descumprindo a norma perderá cinco pontos na carteira e terá de pagar multa de R$ 127,69, com retenção do veículo.
Durante a blitz, a PM só liberava as motos após os proprietários apresentarem os adesivos obrigatórios.
Algumas lojas, como a Vic Store, no centro, venderam ontem ao menos 20 capacetes -em média, vendem três ao dia. Vendedores ambulantes ofereciam tiras refletivas de 40 cm de comprimento por R$ 5. "Os caras que fizeram essa lei nunca andaram de moto. Você acha que isso tudo vai resolver alguma coisa?", questionou o vendedor ambulante Elias de Almeida, 40, que vendia os adesivos em sua banquinha de DVDs pirata. Ele disse ter vendido 40 metros ao longo do dia.
"Os caras estão querendo chupar o nosso sangue", esbravejou o motoboy Gilson Ferreira, 33, dez anos de profissão.


Texto Anterior: Ano Novo: Carros quebrados e motos foram os vilões do trânsito
Próximo Texto: Capacetes já têm adesivos, afirma major
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.