Luiz Carlos Sayão/Ascom UFMT

Ninhada com jacarés similares aos que foram furtados em MT

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA

Sete filhotes de jacarés albinos de uma ala protegida do zoológico da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), em Cuiabá, sumiram nesta semana. A Polícia Federal investiga o caso. Os animais, que são raros e cobiçados por contrabandistas de animais silvestres, sumiram entre a tarde de segunda e a madrugada de anteontem, durante o feriado. Não havia sinais de arrombamento no local.
"Na segunda, logo cedo, os filhotes foram alimentados pelo tratador. Na quarta, pela manhã, só restava um", diz o biólogo Itamar Assumpção, gerente em exercício do zoológico. "Não havia nenhuma alteração ou dano nas grades e cadeados. Quem entrou usou outro método ou teve a ação facilitada."
Segundo Assumpção, os cinco tratadores do local têm cópias de uma chave que dá acesso a todas as grades.
Um perito da PF esteve ontem no zoológico para recolher pistas. A UFMT também acionou o Ibama para acompanhar o caso. Para o biólogo, os espécimes interessam a colecionadores e donos de zoológicos particulares.
"Trata-se de um animal raro e que não sobrevive na natureza, pois sua coloração é um chamariz de predadores, como o tuiuiú [ave branca de garganta avermelhada], por exemplo", afirma o biólogo.
Segundo ele, no início do ano passado, dois exemplares foram vendidos ao Aquário de São Paulo por R$ 34 mil.
Se mantida a cotação (R$ 17 mil por filhote), o prejuízo deve chegar a R$ 119 mil. De acordo com Assumpção, a perda é maior porque os animais fazem parte das primeiras ninhadas de jacarés albinos obtidas em cativeiro no Brasil, entre 2004 e 2005.
Além do remanescente da primeira ninhada, que mede cerca de 70 cm, a instituição ainda mantém outros seis filhotes albinos nascidos em 2006. Todos são filhos de um casal de jacarés albinos formado há dez anos. A reportagem não conseguiu falar com os tratadores do zoológico.


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