|
Texto Anterior | Índice
Julinho Dantas e a herança comunista
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi comunista até o fim o
companheiro Julinho -Júlio César Régis Dantas, certa
vez filiado ao "partidão",
muitas vezes repórter de jornais cariocas e assessor da
Bolsa de Valores do Rio.
Nascido em Aracaju, o
"sergipano bravo, porém sedutor", chegou a começar o
curso de serviço social, mas
foi fazer sociologia no Rio.
Não concluiu nenhum -aos
20 anos, já militante do Partido Comunista Brasileiro
(PCB), foi estudar Ciências
Políticas na Universidade da
Amizade dos Povos Patrice
Lumumba, em Moscou, na
antiga União Soviética.
De volta ao país, foi "perseguido pela ditadura" -mas
nunca preso, diz a família.
Passou então os anos 1970
trabalhando em jornais cariocas, cobrindo especialmente economia. Nos anos
1980, deixou o comunismo
para aliar-se ao Partido Democrático Trabalhista (PTB)
-onde ajudou a lançar o primeiro jornal brizolista do
Rio, o Tribuna Socialista.
Pai de dois filhos, foi ainda
assessor de imprensa da prefeitura do Rio, do governador
Marcelo Alencar (PSDB) e,
por 10 anos, da Bolsa de Valores do Rio. Mas sempre
"fiel à parte ideológica", diz a
esposa.
Ele morreu no dia 26 por
complicações de um enfisema -tinha ainda uma dificuldade respiratória crônica
(DPOC). "Para ele, o comunismo nunca tinha morrido".
Texto Anterior: Mortes Índice
|