São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Índice

Julinho Dantas e a herança comunista

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi comunista até o fim o companheiro Julinho -Júlio César Régis Dantas, certa vez filiado ao "partidão", muitas vezes repórter de jornais cariocas e assessor da Bolsa de Valores do Rio.
Nascido em Aracaju, o "sergipano bravo, porém sedutor", chegou a começar o curso de serviço social, mas foi fazer sociologia no Rio. Não concluiu nenhum -aos 20 anos, já militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi estudar Ciências Políticas na Universidade da Amizade dos Povos Patrice Lumumba, em Moscou, na antiga União Soviética.
De volta ao país, foi "perseguido pela ditadura" -mas nunca preso, diz a família. Passou então os anos 1970 trabalhando em jornais cariocas, cobrindo especialmente economia. Nos anos 1980, deixou o comunismo para aliar-se ao Partido Democrático Trabalhista (PTB) -onde ajudou a lançar o primeiro jornal brizolista do Rio, o Tribuna Socialista.
Pai de dois filhos, foi ainda assessor de imprensa da prefeitura do Rio, do governador Marcelo Alencar (PSDB) e, por 10 anos, da Bolsa de Valores do Rio. Mas sempre "fiel à parte ideológica", diz a esposa.
Ele morreu no dia 26 por complicações de um enfisema -tinha ainda uma dificuldade respiratória crônica (DPOC). "Para ele, o comunismo nunca tinha morrido".


Texto Anterior: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.