São Paulo, segunda-feira, 04 de janeiro de 2010

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São Luiz deve perder 80% de área histórica

Segundo a prefeitura, 70 dos 90 imóveis tombados pelo Condephaat, inclusive duas igrejas, foram totalmente destruídos

Além da perda de prédios de valor histórico, cidade vive destruição generalizada, com quase metade de seus moradores fora das casas

Joel Silva/Folha Imagem
Escombros do centro histórico em São Luiz do Paraitinga, onde ficava a igreja matriz do século passado, destruída pelas chuvas

ROGÉRIO PAGNAN
ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUIZ DO PARAITINGA

As chuvas que alagaram quase toda a cidade de São Luiz do Paraitinga, cidade turística a 182 km de São Paulo, no Vale do Paraíba, varreram quase 80% dos imóveis tombados pelo Condephaat, segundo previsão da prefeitura, incluindo duas igrejas, a matriz de São Luiz de Tolosa e a capela das Mercês.
Todos os imóveis foram protegidos oficialmente por conta de seu valor histórico -a maioria dos prédios era de casarões feitos com tijolo e barro- e constituía um dos maiores conjuntos arquitetônicos tombados em território paulista.
Ao imenso prejuízo histórico somam-se ainda os danos materiais: praticamente 9.000 pessoas da cidade de 10.500 habitantes foram afetadas pelos alagamentos e ao menos 5.000 não têm como voltar para casa.
Com casas perdidas ou semidestruídas, moradores ainda enfrentam um risco adicional: o temor de saques, que tem ameaçado até os objetos religiosos que integravam o acervo das duas igrejas destruídas.
O governador José Serra (PSDB) esteve ontem na cidade e disse que o governo tentará reverter a maior parte da destruição, inclusive a do patrimônio histórico. Questionada, por telefone, pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, sobre o que precisava, a prefeita Ana Lúcia Bilard Sicherle (PSDB) respondeu: "De uma cidade".


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