São Paulo, segunda-feira, 04 de janeiro de 2010

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Temor de saques aflige moradores de São Luiz e de Angra

Após tragédias, moradores fazem vigília contra a ação de pessoas que furtam o pouco que restou de bens materiais

No município paulista, PM monta esquema para evitar o furto de objetos religiosos das duas igrejas que foram destruídas pelos temporais

DOS ENVIADOS ESPECIAIS A ANGRA DOS REIS (RJ) E SÃO LUIZ DO PARAITINGA (SP)

Na esteira dos estragos provocados pelas chuvas, um novo temor perturba os moradores de São Luiz do Paraitinga (SP) e Angra dos Reis (RJ): os saques aos poucos bens materiais que sobraram das duas tragédias.
No município paulista do Vale do Paraíba, há preocupações com furtos tanto na metade alagada da cidade quanto na metade isolada na parte alta.
Na área poupada pelos alagamentos, enquanto mulheres e crianças foram enviadas a cidades vizinhas, como Taubaté, homens se revezam nas casas para evitar os saques. Na parte alagada, a preocupação é evitar que bens sejam levados pela água e tomados por pessoas que têm se dedicado à coleta de produtos que boiam pelas ruas, como botijões de gás.
A preocupação com saques atinge até o patrimônio das igrejas destruídas pelas chuvas: a igreja matriz de São Luiz de Tolosa e a capela das Mercês. A Polícia Militar montou um esquema especial para evitar o furto de objetos religiosos.

Angra
No morro da Carioca, em Angra, o morador Flávio Santos, 40, diz que os saques ocorrem mesmo perto dos locais das buscas: "Por isso, as pessoas resistem em sair". Uma moradora, que se identificou apenas como Antonia, contou que deixou a geladeira na porta de casa para levá-la para a residência de amigos. Foi buscar transporte, mas, ao voltar, o eletrodoméstico não estava mais lá.
Já Antonio Carlos Corrêa do Santos, 49, diz que furtaram lençóis, calças e camisas. "Minha casa está com uma rachadura enorme. Estou desesperado e ainda fazem isso comigo."
O medo de saques fez com que moradores de outra área afetada, o condomínio de classe média Praia Jardim 2, resistam em deixar suas casas. Luciana Batista, 39, teve a casa invadida pela lama que desceu da encosta sob a rodovia Rio-Santos, no km 477. Mas passa a maior parte do tempo lá. "Tenho muito coisa aqui ainda e sei que estão saqueando", disse. (ROGÉRIO PAGNAN E PEDRO SOARES)

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