São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2011

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Alckmin muda progressão continuada

Modelo mais provável a ser adotado é aumentar de dois para três o número de séries em que aluno pode repetir

Hoje, escolas podem reter aluno em só dois ciclos do fundamental; mudança deverá ser implementada em 2012


FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu alterar a progressão continuada na rede estadual de ensino. A principal mudança deverá ocorrer no sistema de reprovação dos estudantes.
Hoje, o aluno do fundamental só pode repetir ao final do quinto e do nono ano. A ideia é que a retenção ocorra também no terceiro ano. Assim, o número de ciclos sobe de dois para três.
A antecipação da reprovação permite que o aluno com sérias dificuldades seja recuperado mais rapidamente (em vez de demorar cinco anos para refazer uma série, passe a ser depois de três).
O provável efeito colateral será o aumento da repetência. Estudos mostram que o repetente tende a piorar de notas e tem mais chances de abandonar a escola.
A Folha apurou que já está finalizado estudo com o novo desenho do programa. "Pessoalmente, acho que vamos ficar mesmo com três ciclos", afirmou o novo secretário-adjunto da Educação, João Cardoso Palma Filho, ao ser indagado pela reportagem.
Ele ressaltou, porém, que o assunto ainda está em análise na secretaria.

CONSULTA
Deverá haver também consulta aos professores sobre a mudança, que deve entrar em vigor em 2012.
Segundo Palma Filho, outro ponto analisado é o modelo de reforço escolar.
O novo titular da Educação, Herman Voorwald, disse que irá se pronunciar amanhã. Logo após ser anunciado por Alckmin, ele disse que o sistema "é fundamental", mas precisa de revisão.
A mesma posição foi apontada pelo governador na campanha eleitoral.
Implementado no governo Mario Covas (PSDB), o sistema sofreu ataques durante a última disputa ao Palácio dos Bandeirantes.
Além das críticas eleitorais e de educadores, outro fator considerado é a mudança da regulamentação federal para o ensino fundamental.
No ano passado, o Conselho Nacional de Educação recomendou que no início da etapa haja um ciclo de três anos para evitar a reprovação de crianças com seis ou sete anos. Para o órgão, o aluno precisa de ao menos três para se alfabetizar e não faz sentido reprová-lo antes.


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