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RODOVIAS
Governo diz que cobrança, que visa conter rota de fuga, não será feita enquanto houver decisão judicial contrária
Apesar de liminar, Estado autoriza pedágio no interior
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo Geraldo Alckmin
(PSDB) autorizou ontem novas
praças de pedágio no interior de
São Paulo, para conter uma rota
de fuga usada por veículos na rodovia Castello Branco, semanas
depois de uma decisão liminar da
Justiça que proíbe a implantação
de mais pontos de cobrança e os
reajustes nas tarifas na malha do
Estado sob concessão privada.
A gestão tucana afirma que,
apesar da autorização dada pela
Secretaria dos Transportes para a
"implantação e operação" dos pedágios, conforme publicado no
"Diário Oficial" de ontem, a cobrança não será feita enquanto a
decisão judicial estiver valendo.
A Artesp (agência estadual que
regula as concessões das estradas)
diz que ela foi dada apenas por se
tratar de um processo antigo, mas
que não haverá descumprimento
da liminar obtida pelo Idelos (Instituto Brasileiro de Defesa dos Lojistas de Shopping), que alegou na
ação judicial haver uma onerosidade excessiva nos valores atuais.
Os pontos de pedágio de bloqueio autorizados pelo Estado
abrangem dispositivos de acesso
do km 110,8 da Castello Branco,
em Boituva (a 117 km de SP), com
tarifa de R$ 5,20 em cada sentido.
O trajeto é usado por motoristas
para fugir da cobrança oficial da
rodovia, passando por trechos urbanos. As novas praças visam
conter a utilização desse atalho.
Segundo a concessionária Colinas, responsável pelo local, há um
prazo estimado de 90 dias para a
operação dos novos pedágios. A
assessoria de imprensa da empresa diz que a "liminar constitui hoje uma restrição a ser superada".
Segundo ela, a implantação das
praças está prevista no contrato
de concessão como uma situação
excepcional onde os usuários pretendem "fraudar" a cobrança de
pedágio usando a malha urbana.
Os veículos emplacados em Boituva ficarão isentos, segundo a assessoria da Colinas. A prefeitura
já tem hoje uma praça municipal
implantada para reduzir a fuga do
pedágio do km 111,3 da Castello.
O advogado Pedro Lessi, do Idelos, considerou a autorização dada pelo Estado uma "afronta" à
decisão liminar da Justiça.
A quantidade de praças de pedágio quase triplicou, beirando
80, com os contratos de concessão
firmados a partir de 1998.
A decisão da 42ª Vara Cível favorável ao Idelos estabeleceu
multa diária de R$ 50 mil em caso
de descumprimento. As concessionárias consideram a medida
sem base jurídica e recorreriam.
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