São Paulo, sábado, 04 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CENSO DO SEXO

Convênio vai repassar R$ 22 milhões para o trabalho e exige contrapartida do mesmo valor

Com verba européia, prefeitura cadastra prostitutas do centro

DA REPORTAGEM LOCAL

Graças a uma verba de 7,5 milhões (cerca de R$ 22,5 milhões) repassada pela União Européia, através de um convênio que implica contrapartida do mesmo valor, a prefeitura fará um cadastro das prostitutas que trabalham na região central de São Paulo, a maioria nas ruas e prédios das regiões da Sé, da Luz e da praça da República.
O convênio, que vem sendo negociado desde a gestão anterior, foi assinado ontem de manhã pelo prefeito José Serra (PSDB) e o embaixador João Pacheco, português que chefia a delegação da Comissão Européia no Brasil.
Segundo o secretário municipal da Assistência e do Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, o levantamento deve começar no segundo semestre, após a contratação das organizações sociais que vão tocar o projeto.
As prostitutas foram incluídas no convênio entre os grupos socialmente vulneráveis, como moradores de rua, crianças que pedem esmolas e trabalham nas ruas e moradores de cortiços.
A prefeitura estima que haja 12 mil moradores de rua em São Paulo, metade deles nas regiões da Sé e da Mooca, incluídas no projeto. Não há, no entanto, um dado oficial sobre o número de prostitutas no centro.
Na primeira fase, deve ser feita uma campanha para tentar atrair as prostitutas a um escritório criado para fazer o cadastro. Em seguida, agentes sociais irão às ruas levantar dados como idade, situação civil, renda, condição de moradia, número de filhos, saúde e uso de proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.
Depois, ainda de acordo com o projeto, elas teriam acesso a programas assistenciais e de saúde.
A Folha não conseguiu ontem ouvir da opinião do travesti Alcione Carvalho, presidente da Associação dos Profissionais do Sexo de São Paulo, sobre o projeto.
"Hoje, as prostitutas são tratadas como foras-da-lei, não têm direitos civis", disse Pesaro.

Outros itens
Pelo convênio, o dinheiro vindo da Europa, que não precisa ser devolvido, vai permitir ainda outras iniciativas, como a capacitação profissional de 5.000 jovens.
Pelo acordo, a prefeitura se propõe a treinar parte desses jovens em oficinas de restauro. Assim, eles seriam empregados nos projetos de revitalização do centro.
Essa atividade já é desenvolvida em outras cidades, como São Luís do Paraitinga e São Sebastião.


Texto Anterior: Reprovação: Exame da OAB-SP tem 2º pior resultado da história
Próximo Texto: Panorâmica - Serviços: Prefeitura vai tornar 156 gratuito a partir de abril
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.