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Aquecimento global e ocupação irregular diminuem praias
DA REPORTAGEM LOCAL
Aquecimento global, com a
elevação do nível dos oceanos,
aumento da intensidade e da
freqüência das ressacas nos últimos anos, a ocupação irregular da orla e mudanças provocadas pelo homem nos rios que
deságuam no mar são apontados por especialistas em climatologia e fenômenos marinhos
como causas mais prováveis da
redução das praias.
Coordenador do projeto que
mapeou o problema em todo o
país, Dieter Muehe, professor
da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), projeta
um cenário sombrio nos próximos anos, mas não se arrisca a
falar do futuro mais distante.
""Tivemos no país fenômenos
meteorológicos muito severos.
A médio prazo, a tendência é
que o problema aumente, mas é
difícil separar o que é fenômeno do que é tendência", diz.
Um levantamento realizado
pelo meteorologista Eugenio
Hackbart, da MetSul Meteorologia, referenda as ressacas como uma causa do problema.
Desde agosto de 2005, houve
quatro ciclones extratropicais
-fenômeno climático que causa ressacas- de intensidade extrema no Sul do país. ""A redução na faixa de areia neste verão em praias gaúchas foi conseqüência de um ciclone excepcionalmente intenso."
Segundo a pesquisadora Célia Regina de Gouveia Souza, do
Instituto Geológico, o nível do
mar no litoral paulista subiu 30
cm no século 20, contra uma
média de 10 cm no resto do
mundo, no período. "Quando o
nível do mar sobe, as águas empurram a praia para dentro do
continente. Se ela encontra
uma mureta, um calçadão, entra em desequilíbrio, acaba sumindo", explica Souza.
Barragens que retêm sedimentos que os rios levam para
o mar e equilibram as praias
são outro motivo da degradação, diz o diretor de Qualidade
Ambiental do Ministério do
Meio Ambiente, Rudolf de Noronha. ""O contrário também
acontece. Quando os rios levam
um excesso de areia, o desenho
das praias é afetado", diz.
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