São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010

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NEIDE VIANA CASTANHA (1954-2010)

Uma mãezona na defesa dos direitos das crianças

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No fim do ano passado, a assistente social Neide Viana Castanha recebeu da revista "Cláudia" um prêmio por sua atuação profissional. Uma semana depois, ela descobriu um câncer no intestino.
Segundo sua companheira, Kátia Bordado, que com ela vivia havia cinco anos, Neide era uma guerreira -e assim agiu contra a doença. As perspectivas eram boas: mais de 90% de chances de cura.
Formada pela PUC-SP, ela se dedicou à defesa dos direitos femininos e das crianças. O primeiro trabalho, ainda como estudante, foi de assistência a moradoras de rua na praça da Sé, em São Paulo.
Dirigiu um presídio feminino na capital, mobilizou-se pela aprovação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e ajudou a fundar a ONG Cecria (Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes), da qual ainda era coordenadora. Em parceria com o governo, a ONG cuida do disque-denúncia contra a violência sexual sofrida por jovens.
Referência em sua área, Neide era também secretária executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Ontem, em Brasília, durante uma homenagem a ela na Câmara, Kátia lembrou do jeito mãezona da companheira. Com dois filhos adotivos, sua preocupação era estar sempre perto dos filhos -e arrumar a cama do de 13 anos. Na terça (26), devido à ausência rara de uma enzima, que causou rejeição à quimioterapia, Neide morreu, aos 55.

coluna.obituario@uol.com.br


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