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NEIDE VIANA CASTANHA (1954-2010)
Uma mãezona na defesa dos direitos das crianças
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
No fim do ano passado, a assistente social Neide Viana
Castanha recebeu da revista
"Cláudia" um prêmio por sua
atuação profissional. Uma semana depois, ela descobriu
um câncer no intestino.
Segundo sua companheira,
Kátia Bordado, que com ela
vivia havia cinco anos, Neide
era uma guerreira -e assim
agiu contra a doença. As perspectivas eram boas: mais de
90% de chances de cura.
Formada pela PUC-SP, ela
se dedicou à defesa dos direitos femininos e das crianças.
O primeiro trabalho, ainda
como estudante, foi de assistência a moradoras de rua na
praça da Sé, em São Paulo.
Dirigiu um presídio feminino na capital, mobilizou-se
pela aprovação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e ajudou a fundar a
ONG Cecria (Centro de Referência, Estudos e Ações sobre
Crianças e Adolescentes), da
qual ainda era coordenadora.
Em parceria com o governo, a ONG cuida do disque-denúncia contra a violência
sexual sofrida por jovens.
Referência em sua área,
Neide era também secretária
executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes.
Ontem, em Brasília, durante uma homenagem a ela na
Câmara, Kátia lembrou do
jeito mãezona da companheira. Com dois filhos adotivos,
sua preocupação era estar
sempre perto dos filhos -e
arrumar a cama do de 13 anos.
Na terça (26), devido à ausência rara de uma enzima,
que causou rejeição à quimioterapia, Neide morreu, aos 55.
coluna.obituario@uol.com.br
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