São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011

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Extremo leste e centro de SP têm alta de homicídios

Nas demais áreas da cidade os casos tiveram queda; a maior redução (14%) foi registrada na 2ª Seccional Sul

Em 2010, 1.263 pessoas foram assassinadas na capital de SP; no ano retrasado, as vítimas de homicídios foram 1.301

DE SÃO PAULO

O extremo da zona leste, com 5,8%, e a região central, com 18,5%, foram as duas regiões da cidade de São Paulo que registraram aumento nos casos homicídios dolosos (intencionais) em 2010 na comparação com 2009.
O mapa das mortes na capital é da Secretaria da Segurança. Para as polícias Civil e Militar, a cidade é fatiada em oito seccionais (centrais da Polícia Civil que agregam os distritos policiais de uma área). Ao todo, são 93 DPs.
Na 1ª Seccional Centro, responsável por dez DPs, foram 128 homicídios dolosos em 2010 contra 108 em 2009 -alta de 18,5%.
Na 8ª Seccional São Mateus, no extremo leste e também com dez DPs, foram 145 casos no ano passado ante 137 em 2009 -5,8% mais.
Para Guaracy Mingardi, cientista político e ex-sub-secretário nacional de Segurança, o crescimento das mortes no extremo leste tem relação com a ausência do Estado. "É onde ainda o Estado chega pouco. É o crime de periferia, pelo tráfico, pela bebida alcoólica, a rixa".
Já na área central, para Mingardi, existe a influência dos moradores de rua e também da chamada "população flutuante", gente que vai ao centro e acaba morta.
Em cinco delegacias seccionais, os homicídios caíram. Na 3ª Seccional Oeste, com 14 DPs, foram 181 em 2009 e também em 2010.
Os 93 DPs da cidade registraram 1.196 homicídios em 2010 e, como em 2009 foram 1.237, a queda foi de 3,31%.
A taxa de homicídios por 100 mil habitantes na capital ficou em 10,64, o que deixa a cidade na "zona epidêmica".
Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), casos de assassinato são epidemia quando o índice é superior a 10 por 100 mil habitantes.
No total de mortos, já que um caso de homicídio doloso pode ter mais de uma vítima, a queda foi ainda menor: 2,9% -1.301 vítimas em 2009 e, ano passado, 1.263.
Desde 31 de janeiro, a Folha pede à Secretaria da Segurança Pública dados dos principais tipos de crime em cada uma das regiões da capital, mas a pasta se recusa a fornecer os dados públicos.
(ANDRÉ CARAMANTE)


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