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VIOLÊNCIA
Entre as vítimas de ontem estão dois PMs; homem foi assassinado e cinco foram feridos próximo ao sambódromo
Com tropas do Exército nas ruas, 8 são mortos no Rio
FABIANA CIMIERI
FERNANDO MAGALHÃES
FREE LANCE PARA FOLHA
O Rio de Janeiro teve ontem um
dia violento, apesar da presença
do Exército nas ruas. Pelo menos
oito pessoas morreram, sendo
dois policiais militares, e 19 ficaram feridas por tiros na cidade.
Nas imediações do sambódromo, que recebeu reforço policial
por causa dos desfiles de Carnaval, uma pessoa foi morta e cinco
foram feridas. A favela da Rocinha foi ocupada pela polícia.
O Exército foi convocado para
atuar na segurança do Rio após a
onda de violência que atingiu a cidade por cinco dias, com um saldo de três mortes, 48 veículos incendiados e 6 bombas caseiras
lançadas por traficantes.
De sábado, quando começou a
chamada "Operação Guanabara",
até ontem à noite não houve registro de novos protestos do tráfico de drogas.
O secretário de Segurança Pública, Josias Quintal, disse que as
ocorrências até ontem à noite
eram ""próprias da ocasião".
O fato mais violento de ontem
aconteceu em Belford Roxo (Baixada Fluminense). Quatro pessoas foram assassinadas em uma
casa no bairro de Parque São José.
Segundo policiais civis, um grupo
de homens armados teria invadido a casa e matado os dois casais
que ali dormiam. Milena Pereira
dos Santos e Sebastião Guilherme
dos Santos estão entre as vítimas
da chacina. Os outros dois corpos
não foram identificados até a conclusão desta edição.
Por volta das 2h30, na área próxima à Passarela do Samba, Igor
Fernando da Silva Almeida, 24, foi
morto por um grupo de homens
armados. Três menores de idade,
que acompanhavam Almeida,
também foram atingidos pelos
disparos. Houve tumulto entre as
pessoas que cercavam o sambódromo para ver as escolas.
Essa versão é de Emanuel Lopes
Lima,18, que foi atingido na perna
e levado para o hospital Souza
Aguiar. Os três menores (atingidos na perna e e na barriga) foram
juntos para o mesmo hospital. Até
a tarde de ontem, apenas W.D.C.,
17, continuava internado.
Segundo a polícia, Almeida foi
morto em um "acerto de contas",
e o assassino não foi identificado.
À noite, dois PMs morreram e
um ficou ferido em duas ocorrências na zona norte. O soldado
identificado apenas como Claudemir, do Batalhão Ferroviário,
morreu dentro de um trem ao se
envolver em conflito provocados
por mascarados conhecidos como clóvis (fantasia tradicional do
carnaval carioca).
No conflito, ocorrido na altura
da estação do Engenho Novo, o
policial Mauro Rocha, que estaria
entre os mascarados, e mais sete
pessoas foram feridos, incluindo
uma mãe e filha. No bairro da Penha, o PM Luiz Paulo dos Santos
foi morto ao reagir a um assalto
dentro de uma perua.
Em outra ocorrência envolvendo clóvis, na madrugada, Elias de
Oliveira Pacheco, 26, morreu e
outras cinco pessoas ficaram feridas durante tiroteio no bairro de
Marechal Hermes (zona norte).
Entre os três supostos assassinos
presos estão os policiais militares
Carlos Eduardo Nascimento, 29, e
Douglas Ribeiro de Miranda, 25.
Segundo a polícia, dos seis feridos, quatro teriam sido atingidos
por balas perdidas. Os PMs suspeitos ficarão aquartelados no 1º
Batalhão (Catumbi) até o julgamento. Como eles não estavam de
serviço no momento do crime, serão julgados na Justiça comum,
disse Velloso.
No centro, por volta de 1h de
ontem, na avenida Presidente
Vargas, Douglas Sancler de Moraes, 25, levou um tiro na perna
quando tentava tirar a arma de
um policial que o revistava. Um
homem que o acompanhava também foi detido e levado para a 6ª
DP (Delegacia de Polícia).
Rocinha
A polícia ocupou com 300 homens ontem à tarde a favela da
Rocinha, a maior da zona sul e
uma das maiores da cidade. A intenção era reprimir o comércio de
drogas no local. Até o final da noite não havia informações sobre
prisões ou apreensões de armas e
drogas na região.
Anteontem, na Ilha do Governador (zona norte), duas traineiras passaram em frente à praia do
Fundão atirando contra cerca de
800 banhistas. O aposentado Carlos Monteiro, 60, foi atingido na
barriga.
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