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PÚBLICO X PRIVADO
Parque deve R$ 470 mil, segundo a Prefeitura de São Paulo, que vai rever concessões de terrenos públicos
Serra retoma 10% da área do Playcenter
CLAYTON FREITAS
DO "AGORA"
O Playcenter, o mais tradicional
parque de diversões do Estado de
São Paulo, terá de devolver 12 mil
m2 de área pertencente à Prefeitura de São Paulo por não pagar
uma espécie de aluguel de R$ 47
mil mensais desde maio de 2004
-a soma chega a R$ 470 mil.
A área teve permissão de uso estabelecida por decreto datado de
1993 e faz parte dos 110 mil m2 que
o parque, ao lado da marginal Tietê, ocupava (hoje, são 90 mil m2).
O decreto estabelecia permissão
de uso do terreno desde que fosse
feito um pagamento mensal à
Prefeitura de São Paulo.
Como o parque não paga essa
quantia desde maio de 2004, foi
feito o decreto revogando o anterior. Se o Playcenter não devolver
a área à Prefeitura de São Paulo,
poderá sofrer um pedido judicial
de reintegração de posse.
A medida faz parte de uma ação
do Departamento Patrimonial da
Secretaria de Negócios Jurídicos
do governo José Serra (PSDB).
A intenção é reavaliar todas as
concessões (privilégio dado a
uma empresa para explorar recursos cuja propriedade não pode
ser privada e feita normalmente
por lei) ou permissões (feita por
decreto, estabelecendo contrapartidas) de áreas públicas que
beneficiem grupos privados.
Clubes de futebol
É o caso dos centros de treinamento dos clubes Palmeiras e São
Paulo, na Barra Funda (zona oeste), e uma área ocupada pelo Corinthians, na zona leste. O Palmeiras ocupa uma área de 40 mil m2
pertencentes à prefeitura sem pagar um centavo aos cofres municipais pelo uso do imóvel.
Na década de 1970, o clube recebeu a primeira concessão da prefeitura. A concessão estabelecia
que deveriam ser feitas benfeitorias como construção de um centro de treinamento, cessão de espaço para aulas a alunos do ensino fundamental e pagamento dos
impostos referentes ao espaço.
As melhorias foram feitas, e, na
década de 1980, houve outra concessão ampliando o direito ao clube de explorar a área durante 99
anos (a contar de 1970).
Receita maior
"Primeiro, faremos uma análise
e ver caso a caso. O que se pretende é uma forma de contrapartida.
Não há sentido em entidades e
clubes pagaram milhões em jogadores e não recolherem nada pela
permissão de uso", disse o advogado Ricardo Dias Leme, chefe-de-gabinete da Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos.
Leme afirmou que a medida visa corrigir distorções e também
dar mais transparência à política
de concessão e permissão de uso
de áreas públicas. Conseqüentemente, poderá haver também aumento no valor da arrecadação,
mas o montante ainda não é conhecido pela equipe tucana.
A secretaria não forneceu o número exato de áreas que estão
nessa situação no município nem
quando fará todas as renegociações com as entidades beneficiadas pela prefeitura.
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