DA SUCURSAL DO RIO

A diretora do hospital do Andaraí, no Rio, Sara Asenjo, reconheceu ontem que uma paciente foi queimada durante cirurgia ginecológica no local, mas destacou que a causa pode não ter sido um problema de manutenção de equipamentos, como afirmaram médicos, e que outras possibilidades são investigadas -como a má colocação de aparelhos na mesa cirúrgica.
O Andaraí, na zona norte, é um dos hospitais municipalizados da antiga rede federal, que está no foco da crise da saúde na cidade.
Médicos da unidade que não querem se identificar dizem que o fio-terra da mesa cirúrgica estava partido e não isolou a paciente de uma descarga elétrica durante o uso de instrumentos na operação.
"Não sei se vem ao caso", afirmou Asenjo, ao ser questionada se a paciente será indenizada. Segundo ela, a mulher, que era operada de câncer da mama, já passou por plástica da área queimada no próprio hospital. O hospital também abriu uma investigação.
A diretora relatou ainda que parte das salas de cirurgia não está funcionando na unidade por falta de equipamentos e confirmou problemas no setor de quimioterapia apontados pelos médicos -no local não há remédios para todos. Segundo ela, as dificuldades serão corrigidas em breve.
Na avaliação de Asenjo, a crise se deve à falta de planejamento da municipalização -os hospitais passaram a receber uma demanda muito grande no setor de emergência, afirma- e à ausência de repasses do Ministério da Saúde para cobrir contratações de funcionários. (FL)


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