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Aluno faz "greve" em faculdade particular de SP
DA REDAÇÃO
Os alunos de um centro universitário particular de São Paulo decidiram entrar em "greve" para
protestar contra o que consideram descaso da administração da
instituição. Após uma assembléia
geral, os estudantes da Uninove
(Centro Universitário Nove de Julho) resolveram que vão deixar de
assistir às aulas até que seus pedidos sejam atendidos pela reitoria.
Eles se queixam que a falta de
funcionários nas secretarias leva
os alunos a passarem até seis horas numa fila para serem atendidos. Também reclamam que faltam auditórios e laboratórios nas
unidades e livros nas bibliotecas.
"Pagamos caro para estudar,
mas não temos praticamente nada", afirma o presidente do DCE
(diretório central dos estudantes)
da Uninove, Clairton Ferreira, 33,
estudante do quinto ano de direito. "Não é por falta de verba. Eles
têm dinheiro, e muito."
A Uninove é uma das maiores
instituições particulares de ensino
de São Paulo. São cerca de 45 mil
universitários, divididos entre as
unidades Memorial, Vila Maria e
Vergueiro.
Outra queixa dos alunos é em
relação ao valor das mensalidades. Segundo eles, os valores para
os mesmos cursos variam conforme a unidade onde as aulas são
dadas. A diferença, dizem eles,
pode passar dos R$ 200.
A previsão do DCE era que os
alunos deixassem de ir às aulas já
ontem -foram enviadas a todas
as salas de aula cópias de uma carta aberta em que os membros do
DCE expõem suas reclamações e
chamam os colegas para a "greve". A Uninove nem o DCE tinham números sobre a adesão ao
movimento.
Os estudantes ameaçaram invadir a reitoria ontem à noite. Antes
que o movimento tivesse início,
porém, receberam a notícia de
que seriam recebidos pelo reitor,
Eduardo Storópoli.
Os protestos começaram anteontem, quando estudantes fecharam a av. Francisco Matarazzo
(zona oeste) durante 15 minutos,
acorrentaram os portões da instituição e queimaram boletos de
cobrança da mensalidade.
A Uninove não negou que haja
problemas. Disse que tentará
"agilizar as coisas na medida do
possível", mas não exemplificou
que mudanças pretende fazer.
Por meio de uma nota, informou ontem que "a instituição
constantemente investe em melhorias para seus alunos e está
sempre aberta a receber sugestões"
(RICARDO WESTIN)
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