São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2005

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Aluno faz "greve" em faculdade particular de SP

DA REDAÇÃO

Os alunos de um centro universitário particular de São Paulo decidiram entrar em "greve" para protestar contra o que consideram descaso da administração da instituição. Após uma assembléia geral, os estudantes da Uninove (Centro Universitário Nove de Julho) resolveram que vão deixar de assistir às aulas até que seus pedidos sejam atendidos pela reitoria.
Eles se queixam que a falta de funcionários nas secretarias leva os alunos a passarem até seis horas numa fila para serem atendidos. Também reclamam que faltam auditórios e laboratórios nas unidades e livros nas bibliotecas.
"Pagamos caro para estudar, mas não temos praticamente nada", afirma o presidente do DCE (diretório central dos estudantes) da Uninove, Clairton Ferreira, 33, estudante do quinto ano de direito. "Não é por falta de verba. Eles têm dinheiro, e muito."
A Uninove é uma das maiores instituições particulares de ensino de São Paulo. São cerca de 45 mil universitários, divididos entre as unidades Memorial, Vila Maria e Vergueiro.
Outra queixa dos alunos é em relação ao valor das mensalidades. Segundo eles, os valores para os mesmos cursos variam conforme a unidade onde as aulas são dadas. A diferença, dizem eles, pode passar dos R$ 200.
A previsão do DCE era que os alunos deixassem de ir às aulas já ontem -foram enviadas a todas as salas de aula cópias de uma carta aberta em que os membros do DCE expõem suas reclamações e chamam os colegas para a "greve". A Uninove nem o DCE tinham números sobre a adesão ao movimento.
Os estudantes ameaçaram invadir a reitoria ontem à noite. Antes que o movimento tivesse início, porém, receberam a notícia de que seriam recebidos pelo reitor, Eduardo Storópoli.
Os protestos começaram anteontem, quando estudantes fecharam a av. Francisco Matarazzo (zona oeste) durante 15 minutos, acorrentaram os portões da instituição e queimaram boletos de cobrança da mensalidade.
A Uninove não negou que haja problemas. Disse que tentará "agilizar as coisas na medida do possível", mas não exemplificou que mudanças pretende fazer.
Por meio de uma nota, informou ontem que "a instituição constantemente investe em melhorias para seus alunos e está sempre aberta a receber sugestões" (RICARDO WESTIN)


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