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VIOLÊNCIA
Motoboys bloqueiam entrega de jornais na zona sul
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 60 manifestantes, alguns armados, bloquearam na madrugada de
ontem o acesso de caminhões ao entreposto da empresa SPDL -onde motoboys e perueiros retiram jornais para entrega a assinantes e bancas- na avenida
Santa Catarina, Vila Mascote
(zona sul de SP).
Com isso, foi prejudicada a
distribuição de cerca de 33
mil exemplares dos jornais
Folha, "Agora", "O Estado de
S.Paulo", "Jornal da Tarde",
"Valor Econômico" e "Lance". Desses, cerca de 5.000
exemplares (2.500 da Folha)
não foram entregues às bancas de jornais. Os assinantes
receberam o jornal, mas com
atraso que, em alguns casos,
chegou a até dez horas.
Segundo funcionários da
SPDL, o protesto começou
às 2h de ontem. Alguns dos
manifestantes ameaçaram
incendiar os caminhões que
fazem a distribuição.
Com o bloqueio, foi determinada a impressão de mais
33 mil exemplares. Caminhões de outros centros de
distribuição foram mobilizados e conseguiram chegar ao
entreposto.
A distribuição foi iniciada
às 6h30 -quatro horas a
mais do que o previsto.
Essa foi a segunda vez que
a distribuição dos jornais foi
afetada. Em fevereiro, outro
protesto de motoboys acabou em confronto com a PM.
O diretor-executivo da
ANJ (Associação Nacional
dos Jornais), Ricardo Pedreira, disse considerar um
"fato lamentável" e de "uma
violência inadmissível". Para
ele, a disputa dos sindicatos
deveria ser feita nos fóruns
adequados e sem o uso de
violência. "Está havendo aí
um cerceamento ao direito
do cidadão de ter acesso à informação", afirmou ele.
O caso foi registrado no
35º DP (Jabaquara). O presidente do Sindimotosp, Gilberto Almeida dos Santos,
30, afirmou ter organizado o
protesto, mas negou que os
manifestantes tenham feito
ameaças. Segundo ele, a categoria reivindica melhores
condições de trabalho.
Santos, porém, admite que
seu sindicato não tem legalmente representatividade
sobre os motoboys que fazem a entrega dos jornais,
que são associados ao Sindjor (sindicato dos trabalhadores em empresas de distribuidoras e vendedoras de
jornais e revistas).
O presidente do Sindjor,
Waldir Abrantes, disse que
Santos o procurou alegando
que os motoboys deveriam
ser filiados ao seu sindicato.
A Secretaria da Segurança
Pública informou que o caso
está sendo investigado.
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