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Samba companheiro
Tom Maior, que fala sobre São Bernardo e espera a presença de Lula no primeiro dia de desfiles hoje em SP, conta com o apoio de sindicatos ligados à CUT, que compraram alas inteiras
DE SÃO PAULO
Nunca antes na história
deste país um ex-presidente
da República desfilou no
Sambódromo do Anhembi
como destaque de escola de
samba. Esse tabu pode ser
quebrado hoje. A Tom Maior
espera a presença de Lula, o
ex-dirigente sindical que governou o Brasil por oito anos.
Com enredo em homenagem à cidade de São Bernardo do Campo -onde Lula
mora e onde ele despontou
para a política como dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos no fim da década de
1970-, a Tom Maior conta
com o patrocínio de sindicatos ligados à CUT (Central
Única dos Trabalhadores).
A assessoria de Lula não
confirmou sua presença.
As três últimas alas da escola -são 22 no total- foram
compradas por sindicatos.
São 320 fantasias a um
custo total de R$ 55 mil. O
Sindicato dos Químicos distribuiu cem fantasias. As demais foram vendidas por sindicatos de jornalistas, professores, servidores públicos e,
principalmente, bancários.
A relação da Tom Maior
com os sindicatos vem de outros Carnavais. Começou em
2007, quando a escola homenageou o sindicalismo -tinha até um "carro da CUT".
"Naquele ano nós levamos
400 pessoas para a escola.
De lá para cá a gente tem adquirido alas e passamos até a
ter a ala da CUT. A gente compra as fantasias e os sindicatos revendem", explicou Daniel Reis, secretário de comunicação da CUT-SP e coordenador de uma das alas.
Marko Antonio da Silva,
ex-bancário e presidente da
Tom Maior, diz que o que
atraiu a parceria foi o enredo
de 2007, mas que desde então o apoio vem se mantendo
sem ligação, por exemplo,
com a definição do enredo.
"A escola escolhe sem interferência. É claro que eles
ficam mais felizes quando a
gente escolhe alguma coisa
ligada ao sindicalismo."
Reis, no entanto, disse que
a CUT é consultada anualmente -pelo menos há uma
conversa para saber se o tema não se choca "com o interesse dos trabalhadores".
A Tom Maior é a segunda
escola a desfilar hoje.
IMPÉRIO
Outra escola cujo patrocínio pode gerar polêmica é a
Império de Casa Verde, que
conta a história da cerveja.
Na letra do samba, a frase
"em cada nova esquina um
cervejão" é uma referência
direta ao bordão da Nova
Schin, "um cervejão".
Segundo a escola, houve
um acordo com a cervejaria
na escolha do enredo.
Procurada, a Schincariol
não se manifestou.
(EVANDRO SPINELLI, ALESSANDRA BALLES E
EDUARDO GERAQUE)
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