São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2011

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Samba companheiro

Tom Maior, que fala sobre São Bernardo e espera a presença de Lula no primeiro dia de desfiles hoje em SP, conta com o apoio de sindicatos ligados à CUT, que compraram alas inteiras

DE SÃO PAULO

Nunca antes na história deste país um ex-presidente da República desfilou no Sambódromo do Anhembi como destaque de escola de samba. Esse tabu pode ser quebrado hoje. A Tom Maior espera a presença de Lula, o ex-dirigente sindical que governou o Brasil por oito anos.
Com enredo em homenagem à cidade de São Bernardo do Campo -onde Lula mora e onde ele despontou para a política como dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos no fim da década de 1970-, a Tom Maior conta com o patrocínio de sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A assessoria de Lula não confirmou sua presença.
As três últimas alas da escola -são 22 no total- foram compradas por sindicatos.
São 320 fantasias a um custo total de R$ 55 mil. O Sindicato dos Químicos distribuiu cem fantasias. As demais foram vendidas por sindicatos de jornalistas, professores, servidores públicos e, principalmente, bancários.
A relação da Tom Maior com os sindicatos vem de outros Carnavais. Começou em 2007, quando a escola homenageou o sindicalismo -tinha até um "carro da CUT".
"Naquele ano nós levamos 400 pessoas para a escola. De lá para cá a gente tem adquirido alas e passamos até a ter a ala da CUT. A gente compra as fantasias e os sindicatos revendem", explicou Daniel Reis, secretário de comunicação da CUT-SP e coordenador de uma das alas.
Marko Antonio da Silva, ex-bancário e presidente da Tom Maior, diz que o que atraiu a parceria foi o enredo de 2007, mas que desde então o apoio vem se mantendo sem ligação, por exemplo, com a definição do enredo.
"A escola escolhe sem interferência. É claro que eles ficam mais felizes quando a gente escolhe alguma coisa ligada ao sindicalismo."
Reis, no entanto, disse que a CUT é consultada anualmente -pelo menos há uma conversa para saber se o tema não se choca "com o interesse dos trabalhadores".
A Tom Maior é a segunda escola a desfilar hoje.

IMPÉRIO
Outra escola cujo patrocínio pode gerar polêmica é a Império de Casa Verde, que conta a história da cerveja.
Na letra do samba, a frase "em cada nova esquina um cervejão" é uma referência direta ao bordão da Nova Schin, "um cervejão".
Segundo a escola, houve um acordo com a cervejaria na escolha do enredo.
Procurada, a Schincariol não se manifestou. (EVANDRO SPINELLI, ALESSANDRA BALLES E EDUARDO GERAQUE)


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