São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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Vendaval destrói 4 hangares em Congonhas

Três pessoas ficaram levemente feridas; na zona sul de SP, 195,3 mil imóveis de nove bairros foram atingidos por apagão

Lojas do aeroporto foram fechadas; atendentes de companhias aéreas faziam atendimento manual, e não informatizado, no check-in

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma forte tempestade, com as rajadas de vento mais intensas do ano em São Paulo, destelhou ontem à tarde os hangares de quatro empresas no aeroporto de Congonhas (zona sul). Um deles ficou totalmente destroçado, sua estrutura voou sobre casas e veículos e deixou pelo menos três vítimas leves.
Duas linhas de subtransmissão de energia da Eletropaulo foram afetadas por descargas atmosféricas e provocaram um apagão em 195,32 mil imóveis de nove bairros da zona sul.
Pedestres foram até arrastados devido à força do vento.
As próprias instalações de Congonhas ficaram às escuras durante dez segundos e, em seguida, somente serviços prioritários foram mantidos com energia por meio de geradores.
O aeroporto ficou sem ar-condicionado, lojas foram fechadas, a venda de passagens foi suspensa e funcionários de companhias aéreas faziam atendimento manual no check-in, agravando as filas. A situação improvisada começou antes das 17h e seguiu até a noite.
Os hangares cujos telhados foram destroçados ficam ao lado da pista auxiliar e tem seus fundos para a avenida dos Bandeirantes. São destinados a jatos executivos e helicópteros.
Pertencem às empresas Flamingo, Morro Vermelho, Premier e TAM -que abriga aviões da TAM Táxi Aéreo Marília e cuja estrutura metálica foi lançada sobre as casas e carros.
Segundo a assessoria da TAM, uma casa em frente ao hangar foi atingida pelos destroços, ferindo levemente duas pessoas que trabalhavam no local e a proprietária do imóvel.
Na mesma rua, outras cinco casas foram atingidas e danificadas pela estrutura que voou. Uma grávida de oito meses e meio e uma mulher de 82 anos passaram mal e tiveram de ir ao hospital. Moradores foram para hotéis e casas de parentes.
Os imóveis atingidos foram interditados e os bombeiros diziam que a remoção dos escombros levará de dois a três dias. Era possível ontem ver mais de uma dezena de veículos debaixo do material que voou.
Sete aeronaves que estavam no hangar da TAM -cinco helicópteros, um monomotor e um bimotor- foram arrastadas pela força do vento e danificadas.
O aeroporto de Congonhas ficou fechado para pousos e decolagens das 16h03 às 16h40. As luzes que servem de sinalização aos pilotos sobre a seqüência da pista apagaram.
O Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) informou que, às 16h10, as rajadas de vento em Congonhas atingiram 90 km/h. Foi registrada a ocorrência de 388 raios das 15h16 às 16h32.
O SRPV (Serviço Regional de Proteção ao Vôo), ligado à Aeronáutica, informou que as torres de controle detectaram ventos de até 148 km/h. O habitual, afirma, é de até 37 km/h.
Bombeiros classificavam a ventania como um tipo de pequeno tornado. Os fortes ventos também causaram quedas de árvores, postes e outdoors. Semáforos ficaram apagados, aumentando os congestionamentos. Houve nove pontos de alagamento à tarde na região.
A ventania também derrubou escadas de embarque dos aviões e arrastou pedestres.
Maria Cláudia Stern, 28, relatou que um homem foi praticamente empurrado pelo vento ao local onde ela trabalha, a seguradora SulAmérica, onde um toldo caiu no estacionamento e danificou cinco carros de clientes. (KLEBER TOMAZ, CLÁUDIA COLLUCCI, VINICIUS QUEIROZ GALVÃO, EVANDRO SPINELLI, JOÃO WAINER, ALENCAR IZIDORO E JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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