São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gravuras são roubadas da Fiocruz no Rio

Interpol localiza na Argentina imagens que foram retiradas de livros raros, usados somente para consultas na fundação

Polícia investiga se o furto de, ao menos, cinco gravuras foi executado pela mesma quadrilha que levou obras de Debret de acervo no Rio

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

Ao menos cinco gravuras foram roubadas de obras raras dos séculos 17 e 18 de uma das bibliotecas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). As imagens foram encontradas por agentes da Interpol na Argentina, à venda em uma livraria. A instituição anunciou que está fazendo um "rigoroso inventário" das obras raras para identificar se faltam outras gravuras.
A fundação soube do furto através de técnicos do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) avisados pela Interpol. Agentes identificaram o carimbo da Fiocruz nas gravuras. A informação foi passada em janeiro.
"O roubo foi trabalho de profissionais, porque é muito difícil percebê-lo. Não levaram o livro inteiro, mas gravuras do interior de alguns livros. Fazer o inventário é difícil, porque temos de folhear cada obra página por página", disse a diretora do Centro de Informação Científica e Tecnológica da Fiocruz, Ilma Noronha.
As gravuras roubadas são de plantas e animais. Uma delas, de um felino, retirado do livro "A monograph of the Felidae, or, Family os cats", de 1883.
A Polícia Federal investiga o furto à instituição e quer saber se ele foi produto da mesma quadrilha que levou gravuras de Debret do Arquivo Geral da Cidade do Rio. No ano passado, foram levadas 87 pranchas de gravuras do artista, além de uma coleção de estudos do pintor Lúcio de Albuquerque.
Em 2005, foram furtadas 949 peças, sendo 751 fotos, 120 estampas, 56 desenhos e 22 gravuras da Biblioteca Nacional, no Rio. Desta vez, foram encontradas quase uma centena de fotos "fantasmas" colocadas no lugar das originais.

Acervo raro
A Fundação possui nove bibliotecas, sendo a principal delas a Biblioteca de Manguinhos, fundada em 1902, onde ficam as obras raras. Os documentos que estão ali, por serem fontes de pesquisa especializada, se destinam basicamente à comunidade técnico-científica e a acadêmicos em nível de graduação e pós-graduação.
Não são emprestadas, mas disponibilizadas para consulta local mediante apresentação de identidade. Os usuários não têm acesso às estantes, mas apenas à obra, entregue pelos funcionários. A Fiocruz não informou se possui câmeras.


Texto Anterior: Crime: Vereadores são acusados de ligação com prostituição infantil
Próximo Texto: Sem greve: PF suspende operação-padrão marcada para hoje
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.