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Gravuras são roubadas da Fiocruz no Rio
Interpol localiza na Argentina imagens que foram retiradas de livros raros, usados somente para consultas na fundação
Polícia investiga se o furto
de, ao menos, cinco gravuras foi executado pela mesma
quadrilha que levou obras
de Debret de acervo no Rio
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Ao menos cinco gravuras foram roubadas de obras raras
dos séculos 17 e 18 de uma das
bibliotecas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). As imagens
foram encontradas por agentes
da Interpol na Argentina, à
venda em uma livraria. A instituição anunciou que está fazendo um "rigoroso inventário"
das obras raras para identificar
se faltam outras gravuras.
A fundação soube do furto
através de técnicos do Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) avisados pela Interpol. Agentes
identificaram o carimbo da
Fiocruz nas gravuras. A informação foi passada em janeiro.
"O roubo foi trabalho de profissionais, porque é muito difícil percebê-lo. Não levaram o livro inteiro, mas gravuras do interior de alguns livros. Fazer o
inventário é difícil, porque temos de folhear cada obra página por página", disse a diretora
do Centro de Informação Científica e Tecnológica da Fiocruz,
Ilma Noronha.
As gravuras roubadas são de
plantas e animais. Uma delas,
de um felino, retirado do livro
"A monograph of the Felidae,
or, Family os cats", de 1883.
A Polícia Federal investiga o
furto à instituição e quer saber
se ele foi produto da mesma
quadrilha que levou gravuras
de Debret do Arquivo Geral da
Cidade do Rio. No ano passado,
foram levadas 87 pranchas de
gravuras do artista, além de
uma coleção de estudos do pintor Lúcio de Albuquerque.
Em 2005, foram furtadas 949
peças, sendo 751 fotos, 120 estampas, 56 desenhos e 22 gravuras da Biblioteca Nacional,
no Rio. Desta vez, foram encontradas quase uma centena de
fotos "fantasmas" colocadas no
lugar das originais.
Acervo raro
A Fundação possui nove bibliotecas, sendo a principal delas a Biblioteca de Manguinhos,
fundada em 1902, onde ficam
as obras raras. Os documentos
que estão ali, por serem fontes
de pesquisa especializada, se
destinam basicamente à comunidade técnico-científica e a
acadêmicos em nível de graduação e pós-graduação.
Não são emprestadas, mas
disponibilizadas para consulta
local mediante apresentação de
identidade. Os usuários não
têm acesso às estantes, mas
apenas à obra, entregue pelos
funcionários. A Fiocruz não informou se possui câmeras.
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