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Moema e Vila Mariana terão 136 imóveis desapropriados
Metrô irá desapropriar cerca de 70 mil metros quadrados para ampliação da linha 5-lilás
No local, serão implantadas quatro estações; companhia prevê que as obras serão iniciadas no segundo semestre deste ano
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo vai
desapropriar 136 imóveis em
Moema e na Vila Mariana, bairros nobres da capital paulista
em que predominam áreas residenciais, para a construção do
prolongamento da linha 5-lilás
do Metrô. As obras devem ser
iniciadas no segundo semestre.
Ontem, o "Diário Oficial" do
Estado trouxe decreto do governador José Serra (PSDB)
que torna de utilidade pública
as 29 áreas, com um total de
cerca de 70 mil metros quadrados -equivalente a cerca de
metade do parque Ibirapuera.
O decreto inclui 136 imóveis,
necessários para a implantação
de quatro estações - Ibirapuera, Moema, Servidor e Vila Clementino- e a ampliação para
integração em outras duas
-Santa Cruz e Chácara Klabin- e poços de ventilação.
Os processos de desapropriação estão sendo finalizados e
devem ser encaminhados à
Justiça na próxima semana.
Pelas previsões da companhia, essas áreas começarão a
ser desocupadas a partir do segundo semestre deste ano. Um
mapa detalhando os limites da
área será colocado no site da
empresa na próxima semana.
O decreto, sem discriminar
exatamente qual tipo de uso será dado aos imóveis desapropriados, afirma somente que
parte deles serão incorporados
em definitivo pelo Metrô, enquanto outros serão ocupados
temporariamente, até o final
das obras da linha lilás.
Segundo o Metrô, está sendo
realizada uma pesquisa socioeconômica para "subsidiar ações
da empresa no sentido de mitigar o impacto das desapropriações". Em Santo Amaro, a empresa teve, neste ano, de alterar
a relação de imóveis desapropriados após manifestações de
comerciantes, que temiam perder seus negócios.
Os terrenos estão localizados
em áreas contíguas ao eixo entre a alameda Iraúna e a rua
Dionísio da Costa, por onde
passará a nova linha. Fazem
parte das áreas desapropriadas
terrenos ao longo de vias como
Ibirapuera, Indianópolis, Borges Lagoa, Cotovia, dos Eucaliptos e Jamaris, em Moema.
Do outro lado da avenida 23
de Maio, na Vila Mariana, estão
relacionados imóveis em ruas
como Desembargador Aragão,
Carolina Ribeiro e avenida Prefeito Fábio Prado.
Hoje, a linha lilás tem cerca
de 8,4 km ligando o Capão Redondo e o Largo 13 de Maio, em
Santo Amaro (zona sul). O projeto do governo é que, com a
ampliação, a linha chegue a 20
km, se conectando com a linha
2-verde na estação Chácara
Klabin, com um movimento
diário de 600 mil passageiros.
A obra será realizada em
duas etapas, ao custo total de
R$ 5 bilhões, incluindo túneis,
estações, trens, e equipamentos e outras estruturas.
A publicação do decreto com
a lista de desapropriações surpreendeu a presidente da Associação de Moradores e Amigos
de Moema, Lygia Horta.
"Nunca fomos consultados
nem procurados. Acho que
nem os moradores estão sabendo", disse Lygia.
A pedido da Folha, uma moradora da região buscou ontem
à tarde dados sobre os imóveis
atingidos no serviço telefônico
(0/xx/11-3815-3397) criado pelo Metrô para informar sobre
os impactos da obra. O atendente disse que só em uma semana a lista estará disponível.
Por um levantamento prévio
do Metrô, excluídos os de ontem, 38% de todos os imóveis
até então desapropriados para
a linha lilás têm uso residencial. No total, são agora cerca
de 400 imóveis no trajeto.
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