São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2011

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ZULMIRA AUDI (1927-2011)

Zuzu, o cartório e o voluntariado

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Como adorava saber da vida dos outros, nas palavras da própria família, o trabalho que Zulmira Audi tinha como escrevente no Cartório de Registro Civil, em SP, era para ela uma grande diversão.
Natural de Cafelândia, a 412 km da capital paulista, Zulmira cresceu na cidade de Oriente, na mesma região. Lá, a família, de imigrantes libaneses, teve a partir da década de 30 um armazém de secos e molhados que vendia desde bacalhau a geladeira.
Zuzu, como era chamada, começou trabalhando no negócio da família. Viviam todos -no total, eram sete irmãos- nos fundos do local.
Na década de 60, eles vieram para São Paulo. A partir dos anos 70, ela começou a trabalhar como escrevente.
Com gosto, preparava a papelada dos casamentos e se inteirava sobre a vida dos noivos. Era de incentivar as uniões. O ápice era quando fazia o casamento de artistas ou registrava os filhos deles.
Logo que se aposentou, para não ficar parada, foi ser voluntária no Hospital Sírio Libanês, onde, muito falante, foi campeã em vendas na livraria do local. Trabalhou lá até o meio do ano passado.
Gostava de coordenar a família e de arrumar a casa para os dias de festa -vivia com a irmã, Mazel, de cem anos. Como não casara nem tivera filhos, era muito apegada aos irmãos e aos sobrinhos.
Adorava filmes românticos. Vaidosa, sempre de lencinho no pescoço e salto alto (usou até os 80), não era de dizer a idade -aos médicos contava com a mão na boca.
Descobriu um câncer há cerca de três anos. Na quinta-feira, morreu aos 83 anos, em decorrência da doença.

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