São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2011

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FOCO

Apae chega aos 50 anos com meta de atender 4.100 pessoas em São Paulo

Entre as mais de 2.000 unidades da associação no país, a paulistana é a que mais atende

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Ao ver Gabriela nascer, os médicos anotaram a suspeita de que ela tinha a rara síndrome de Cornelia de Lange -doença genética que atrasa o desenvolvimento intelectual, como o da fala.
Gabriela usou aparelhos para comer até os seis anos de idade e demorou três para andar. Sua mãe, a administradora Luciana Bernardo, 39, procurou a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo quando ela tinha um ano.
Hoje, com oito anos, a menina frequenta a Apae de São Paulo todas as semanas, para desenvolver a fala.
"Quando nasceu, falaram que a possibilidade de ela andar era mínima. Hoje anda, brinca e corre", diz Luciana.
Assim como Gabriela, outras 3.500 pessoas com deficiências intelectuais -de todas as idades, inclusive idosas- são atendidas mensalmente pela Apae de São Paulo, que faz hoje 50 anos.
Para uma entidade que começou com 12 pais que não viam perspectivas para seus filhos e decidiram se juntar em uma casinha na Vila Clementino, os números deste aniversário impressionam.
São duas unidades e quatro centros, com 600 colaboradores ou funcionários. A ideia é atender 4.100 pessoas neste ano. As doações, que chegaram a representar mais de 70% da receita da Apae, hoje não chegam a 7%.
A receita anual, de R$ 26,3 milhões, é coberta principalmente pelos exames laboratoriais (47%) -como o teste do pezinho, pago pelo SUS e pelas maternidades-, cursos de treinamento (24%) e pelo poder público (22%).
O custo anual gira em torno de R$ 25 milhões, e a diferença ajuda a incrementar as pesquisas que o instituto desenvolve, segundo o diretor-presidente Cássio Clemente, filho de fundadores.
"O maior desafio foi o mesmo desafio do deficiente intelectual: sermos reconhecidos e entendidos. Antes o deficiente intelectual era chamado de louco ou bobo."
Entre as mais de 2.000 Apaes do país, a de São Paulo é a que mais atende.
O tratamento de 90% dos pacientes é gratuito. Os demais pagam de acordo com a renda familiar.


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